Crimes cibernéticos cometidos por hackers da Rússia são um problema para as autoridades ocidentais há anos, causando bilhões de dólares de prejuízo, somando ataques a hospitais, negócios e infraestrutura crítica. O fato ocorre devido a pouca eficácia das forças de segurança do país do leste europeu em conter a criminalidade virtual.

Entretanto, o cenário pode mudar, já que as autoridades ocidentais desenvolveram um método de ataque “psicológico” a hackers, divulgando dados e os jogando uns contra os outros no intuito de desarticular seus ataques e organizações. As informações são da revista Wired.

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Em fevereiro, a NCA (Agência Nacional de Crimes do Reino Unido – em tradução) deflagrou a Operação Cronos, destinada a coibir a movimentação do grupo LockBit, responsável por extorquir mais de 500 milhões de dólares de suas vítimas e derrubar sistemas. As autoridades utilizaram o site em que a própria organização divulga dados de pessoas para expor os criminosos.

Ao todo, a LockBit possuía em torno de 194 membros, dos quais apenas 69 retornaram após a exposição feita pela NCA. Foram publicadas conversas privadas, imagens dos sistemas do grupo e nomes de usuário e senhas dos criminosos. As autoridades conseguiram, por meio da operação, derrubar a credibilidade da quadrilha, afastando criminosos dos serviços da organização.

Membros integrantes da organização que entravam em suas contas recebiam uma mensagem das autoridades britânicas que demonstravam ter os dados de conversas, carteiras de criptomoedas e endereços de IP.

Além disso, também foram tomadas medidas entre forças de segurança internacionais para que fossem realizadas prisões e outras sanções.

Dois meses depois, a Polícia Metropolitana de Londres realizou uma ação contra 800 criminosos que utilizavam o LabHost. A plataforma era utilizada por scammers para construir sites de phishing – prática de criação de ambientes virtuais falsos para obter senhas de usuários.

Na ocasião, as forças de segurança enviaram um vídeo para cada um dos acusados em que diziam: “temos todos os seus dados”.

Apesar disso, é difícil medir o impacto que tais operações têm nos criminosos virtuais, mas pesquisadores afirmam que o assunto já virou pauta em fóruns utilizados por hackers ao redor da internet.

Segundo Kimberly Ferguson-Walter, líder do projeto Iarpa (Atividade de Projetos de Pesquisa de Inteligência Avançada da Comunidade de Inteligência dos EUA – em tradução), as ações “psicológicas” são utilizadas para entender, antecipar e influenciar o comportamento de criminosos.