Macaé Evaristo é deputada estadual pelo PT e ex-secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão no governo Dilma Rousseff. Ela assume a pasta no lugar de Silvio Almeida, exonerado após denúncias de assédio sexual.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu nesta segunda-feira (09/09) a deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela vai substituir o ex-ministro Silvio Almeida, exonerado do cargo na semana passada após uma série de denúncias de assédio sexual, as quais ele nega.

Evaristo se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira no Palácio do Planalto. A nova ministra disse ter recebido a indicação “com muita honra”. “Nosso país tem grandes desafios e esse é um chamado de muita responsabilidade. Temos muito trabalho pela frente e sigo esperançosa, com o compromisso de uma vida na luta por direitos”, afirmou.

Macaé Evaristo é formada em serviço social, possui mestrado em educação e é doutoranda na mesma área pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ela leciona desde os 19 anos e é professora da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, onde já trabalhou na coordenação e direção de escola pública.

Foi também professora do Curso de Magistério Intercultural Indígena e coordenou o Programa de Implantação de Escolas Indígenas de Minas Gerais, no período de 1997 a 2003.

Carreira política

A nova ministra foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal de Belo Horizonte (de 2005 a 2012), e também de secretária estadual (2015-2018), sempre à frente da pasta da Educação.

Evaristo também atuou como secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação entre 2013 e 2014, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Sua atuação à frente da secretaria é considerada referência pela forma de tratar questões envolvendo o racismo e o combate a desigualdades.

Após as eleições de 2022, quando Lula conquistou o terceiro mandato na Presidência, Evaristo foi integrante da equipe de transição, sendo cotada para um cargo no governo. Ela, porém, decidiu assumir seu mandato de deputada estadual, para o qual recebeu mais de 50 mil votos. Em 2020, ela se elegeu para a função de vereadora em Belo Horizonte.

A nova ministra é nascida em São Gonçalo do Pará, Minas Gerais, tem 60 anos e é prima da escritora Conceição Evaristo. O texto de sua biografia no portal de internet da Assembleia Legislativa mineira diz que ela “tem orgulho de sua ancestralidade e pretende seguir lutando contra o racismo estrutural e a favor de políticas públicas voltadas para a diversidade e a inclusão das mulheres e minorias”.

rc (ots)