Depois de 27 anos, a Academia Sueca, que elege os vencedores do Prêmio Nobel de Litertura, condenou o decreto religioso (fatwa) que sentencia à morte o escritor britânico Salman Rushdie. Emitida pelo aiatolá iraniano Ruhollah Khomeini em 1989, a fatwa se baseia numa suposta blasfêmia contra o Islã cometida pelo escritor no livro Os Versos Satânicos. Alegando ter um código antienvolvimento político, a Academia redigiu um comunicado naquele ano no qual defendia a liberdade de expressão, mas não assumia claramente uma posição pró-Rushdie. O gesto levou dois membros a deixar a entidade, em sinal de protesto. Em 24 de março, a Academia enfim denunciou a fatwa e a recompensa pelo assassinato do escritor como “violações flagrantes na lei internacional”. A razão para a mudança é desconhecida, mas o texto divulgado cita o recente aumento no valor da recompensa, que agora é de US$ 600 mil.