04/02/2022 - 20:33
O Partido Republicano dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (04/02) que os eventos ocorridos em 6 de janeiro de 2021, incluindo a violenta invasão do Capitólio por apoiadores do então presidente Donald Trump, foram uma forma legítima de discurso político.
Uma convenção do Comitê Nacional da legenda, realizada em Salt Lake City, aprovou por unanimidade uma resolução advertindo formalmente os deputados republicanos Liz Cheney e Adam Kinzinger, que integram um comitê de investigação da Câmara dos Deputados sobre o ataque ao Capitólio.
Duas semanas antes da posse de Joe Biden, apoiadores de Trump, após um discurso inflamado do então presidente afirmando que as eleições haviam sido fraudadas, entraram à força na sede do Congresso americano com o objetivo de tentar impedir a confirmação da vitória eleitoral do democrata. Cinco pessoas morreram no ataque e mais de 100 policiais ficaram feridos.
Mais de 720 pessoas respondem a acusações formais pela invasão, e cerca de 50 já foram condenadas.
“Perseguição de cidadãos comuns”
A resolução afirma que Cheney e Kinzinger participaram, sob a liderança do Partido Democrata, de uma “perseguição de cidadãos comuns” que estavam exercendo o seu direito à legítima expressão política.
Segundo o documento, os dois republicanos teriam apoiado o uso indevido de atividades de inteligência por parte dos democratas para fins políticos.
Cheney e Kinzinger são os únicos republicanos no comitê da Câmara dos Deputados sobre o tema. A liderança republicana da Câmara se recusa a cooperar com os democratas na investigação do ataque.
Resolução é uma “desgraça”
Referindo-se a Trump, Cheney disse antes da votação da resolução que o Partido Republico havia se colocado, por sua própria vontade, como “refém” de um homem que queria reverter o resultado de uma eleição presidencial. Ela disse que era conservadora e que respeitava a Constituição.
Kinzinger afirmou que os republicanos estavam perdendo a noção da realidade diante de “teorias da conspiração” e de uma cultura “tóxica” de obediência. O senador republicano Mitt Romney, crítico de Trump, também declarou que a resolução contra Cheney e Kinzinger era uma “desgraça”.
No final de janeiro, Trump disse que os invasores do Capitólio precisavam ser tratados de “maneira justa” e prometeu que, se eleito presidente em 2024, irá conceder indultos a eles.
bl (dpa, afp, ots)