Rio, campeã da poluição?

Surpresa numa controversa lista da qualidade do ar divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro: a região metropolitana do Rio de Janeiro surge como a mais poluída do Brasil, em 144º lugar no mundo. Seu índice de 64 microgramas (μg) de partículas menores do que 10 micrômetros por metro cúbico de ar é mais do que o triplo do recomendado pela organização (20 μg/m³). O Rio ficou acima de Cubatão (48 μg/m³), Campinas (39 μg/m³) e São Paulo (38 μg/m³). Segundo o médico Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, o índice do Rio foi distorcido pelo pequeno número de estações medidoras, já que a capital, à beira-mar, tem mais facilidade para dispersar poluentes. Liderando o ranking da OMS, a cidade petrolífera de Ahvaz, no Irã, está próxima ao inferno: 372 μg/m³.

Montadoras indiferentes

Os automóveis produzem cerca de 70% do dióxido de carbono (CO2) gerado em transporte no Brasil. Mas uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com as 11 montadoras que mais venderam carros em 2011 mostra que elas não se preocupam com o tema como fazem nos seus países de origem. Citroën, Fiat, Ford, GM, Honda, Hyundai, Nissan, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen não informam em seus canais de atendimento (SAC, site e concessionária) o rendimento do combustível nem a emissão de CO2 dos modelos, indicando falta de transparência.

 

 

 

Feijão transgênico

Aprovado em setembro pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para uso comercial, o feijão transgênico desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é o primeiro do gênero no mundo e o primeiro organismo geneticamente modificado produzido 100% por uma instituição nacional. A nova variedade desse ícone alimentar brasileiro, resistente ao mosaico dourado, enfrenta oposição feroz de ambientalistas: para eles, os testes realizados de 2005 a 2010 ainda são insuficientes.

 

Ilhas artificiais

Kiribati, país que reúne vários arquipélagos do Pacífico, estuda alternativas radicais para escapar da elevação do nível do mar causada pela mudança climática. Vilas costeiras já foram transferidas e a água do mar já contaminou o abastecimento e destruiu plantações. O governo local avalia levar os 103 mil kiribatianos para ilhas artificiais (custo: US$ 2 bilhões) e construir uma série de barreiras no mar (custo: US$ 1 bilhão).

 

Seca recorde na Amazônia

A seca de 2010 foi a pior já observada na Amazônia desde o início dos registros pluviométricos na região, em 1902, afirmam cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A estiagem superou inclusive a de 2005, antes considerada recordista. Os pesquisadores também estudaram as cheias na Amazônia e no Nordeste em 2009 e concluíram que os eventos reforçam a hipótese de que as anomalias serão mais frequentes nos cenários previstos de mudanças climáticas.

 

 

Lago encolhido

O maior lago do Irã, o Urmia, pode desaparecer em alguns anos, em razão da seca e do descaso governamental. Embora salgado, o lago, situado no noroeste do país (região da minoria azeri), tem grande importância para a agricultura e o turismo. A soma dos efeitos da estiagem e das 36 barragens erguidas nos rios da bacia do Urmia faz o nível da água cair 3 milímetros por dia, segundo o jornal Etemaad. O governo culpa a seca e a mudança climática pelo fenômeno.

 

Empresas + verdes

A multinacional Bunge investirá US$ 2,5 bilhões no setor de açúcar e bioenergia no Brasil entre 2012 e 2016, para ampliar em 50% a capacidade das oito usinas do grupo no país. A meta é ampliar para 30 milhões de toneladas de cana a capacidade de moagem anual.

A termelétrica erguida pela Camil em Itaqui (RS), que usa a casca de arroz como biomassa, produziu 25.500 megawatts (MW) em 2010, dos quais 22.600 MW destinados ao consumo da própria empresa. A sobra foi negociada no mercado livre de energia. Com isso, a Camil poupa recursos, evita o transporte da casca e beneficia o meio ambiente.

O Instituto Alcoa e o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds) lançaram o Programa Educação Comunitária Ambiental (Ecoa), dedicado a fortalecer e encorajar as comunidades a construir sociedades sustentáveis. Presente em 18 locais do país, a ação inclui sensibilização para a temática ambiental, cursos e eventos.

Buscando aliar eficiência, redução de custos e preservação do meio ambiente, a rede de ensino de idiomas Fisk criou um novo painel luminoso com lâmpadas LED, que consomem menos energia e expõem melhor a marca em fachadas e pontos de venda. O investimento, no valor de R$ 1 milhão, já pode ser visto em 31 escolas próprias da Fundação Fisk.