27/02/2023 - 13:01
O derretimento do Ártico é intensificado pela formação mais frequente de “rios atmosféricos”, que carregam vapor d’água e umidade para áreas mais frias e antes intocadas. Um novo estudo publicado na Nature Climate Change mostrou que esse fenômeno tem se tornado mais recorrente e foi responsável por mais de um terço do declínio do gelo marinho no início do inverno desde 1979.
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De acordo com pesquisadores da Penn State University (EUA) responsáveis pelo estudo, a ocorrência mais frequente de rios atmosféricos no Ártico está retardando a recuperação sazonal do gelo no inverno. Isso resulta em uma cobertura de gelo mais fina e frágil, que não resiste às temperaturas mais quentes do verão.
“Quando os rios atmosféricos cruzam o gelo marinho recém-formado, o calor e a chuva podem derreter a fina e frágil cobertura gelada”, assinalou Pengfei Zhang, autor principal, em artigo no The Conversation. “A frequência crescente dessas tempestades significa que se leva mais tempo para que a cobertura de gelo estável se estabeleça. Como resultado, o gelo do mar não se espalha na medida em que a temperatura fria do inverno normalmente permitiria, deixando mais água do oceano aberta por mais tempo para liberar energia térmica.”
CNN e Folha também abordaram os principais pontos do estudo.