10/08/2024 - 13:10
Região de russa de Kursk vem sendo palco de combates após incursão surpresa de tropas ucranianas, que pegou russos desprevenidos. Kremlin afirma que conseguiu conter avanço neste sábadoO governo russo já evacuou mais de 76.000 habitantes de áreas fronteiriças na região de Kursk que vêm sendo palco de uma incursão surpresa de tropas ucranianas, informou a agência de notícias estatal Tass neste sábado (10/08). O Kremlin também afirmou que conseguiu conter o avanço das tropas ucranianas, que penetraram vários quilômetros dentro do território russo desde terça-feira, mas os combates prosseguiam no início deste fim de semana.
Relatos locais apontam que os combates prosseguiam em três vilarejos a mais de dez quilômetros dentro de território russo – Ivashkovskoye, Malaya Loknya e Olgovka. Em uma declaração na manhã deste sábado, o Ministério da Defesa da Rússia disse que “frustrou as tentativas dos grupos móveis do inimigo de chegar às profundezas do território russo”.
A agência de segurança interna da Rússia, o FSB, também impôs um regime de “contraterrorismo” em Kursk e em duas regiões vizinhas, Bryansk e Belgorod, conferindo às autoridades amplos poderes para bloquear a área e impor controles sobre as comunicações.
A incursão em Kursk é o ataque mais significativo de Kiev contra a Rússia desde que Moscou lançou sua guerra de agressão contra o país vizinho em fevereiro de 2022. A incursão ucraniana parece ter pegado as forças russas desprevenidas.
Segundo o Exército russo, cerca de 1.000 soldados e mais de duas dezenas de blindados e tanques ucranianos participam da incursão.
A Ucrânia não assumiu oficialmente a autoria, mas o presidente Volodimir Zelenski considerou na quinta-feira que os russos agora se veem confrontados com os infortúnios da guerra que o Kremlin iniciou. “A Rússia trouxe a guerra para o nosso país e deve sentir seus efeitos”, afirmou, sem mencionar diretamente a incursão.
Ucranianos penetraram pelo menos 20 km dentro da Rússia
Os avanços ucranianos no norte e no oeste da cidade de Sudzha, na região fronteiriça russa de Kursk, chegam a 20 quilômetros, e não aos 35 quilômetros como havia sido apontado inicialmente em alguns relatórios, segundo informou neste sábado o americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), em uma nova análise sobre essa operação em território russo.
Embora os avanços possam ser inferiores aos estimados inicialmente, o ISW, um think tank americano especializado em questões militares, estima que os ucranianos alcançaram áreas perto de Snagost Korenevo e Malaya Lokhnya, ao oeste e ao norte de Sudzha, enquanto que ao leste lutavam em Plekhovo e Dmitriukov.
Embora um vídeo mostrando soldados ucranianos perto do centro de Sudzha tenha sido divulgado na noite de sexta-feira, o ISW não conseguiu confirmar se a cidade está totalmente sob controle ucraniano.
Analistas acreditam que a Rússia está relutante em transferir forças da frente de batalha da região de Donetsk, na Ucrânia ocupada. A maioria dos relatórios sugere que, até o momento, a Rússia está recorrendo a recrutas e forças irregulares para enfrentar a incursão ucraniana. No entanto, algumas unidades do front, especialmente da região de Kharkiv, podem ter sido deslocadas. Segundo o ISW, pode demorar vários dias até que sua chegada a Kursk seja confirmada.
Parte dos reforços russos sofreram com o fogo ucraniano e foi confirmado que 14 veículos militares foram destruídos na sexta-feira perto de Rilsk.
jps (Reuters, EFE, ots)