12/12/2025 - 13:30
Um pesquisador brasileiro figura na lista dos dez cientistas mais importantes de 2025, elaborada pela renomada revista científica “Nature”. Luciano Moreira foi reconhecido internacionalmente por seu trabalho no desenvolvimento e implementação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, uma estratégia inovadora para o combate à dengue no Brasil.
Luciano Moreira integra a seleta lista da revista Nature por trabalho contra arboviroses.
Método utiliza a bactéria Wolbachia para inibir a transmissão de vírus como dengue e zika.
Resultados em cidades brasileiras apontam redução drástica no número de casos.
CEO do Wolbito do Brasil, Moreira liderou, ao longo de 17 anos, a pesquisa que permitiu o desenvolvimento de uma versão do mosquito adaptada com a bactéria Wolbachia. A introdução do microrganismo nos insetos bloqueia a capacidade de transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya.
O processo inicia-se em laboratório, onde os cientistas introduzem a bactéria nos ovos do Aedes aegypti. A Wolbachia passa a viver dentro das células do mosquito, impedindo que os vírus se repliquem de forma adequada. Além disso, a característica é hereditária: fêmeas infectadas transmitem a bactéria para seus descendentes, garantindo que as novas gerações já nasçam incapazes de transmitir as doenças.
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“Um método natural, autossustentável, que não envolve nenhuma modificação genética no mosquito e nem na bactéria”, explica Moreira.
“É com grande satisfação que recebo isso. E isso acho que coroa um trabalho de uma equipe bastante integrada e com vontade de atingir nossa missão, que é proteger vidas”
A eficácia do método tem sido comprovada por meio de dados robustos coletados em território nacional. Segundo o pesquisador, um acompanhamento de longo prazo realizado em Niterói (RJ) apontou uma redução de 89% nos casos de dengue após a liberação dos “Wolbitos”. Já em Campo Grande (MS), a diminuição foi de 63% nos últimos anos.
Atualmente, Luciano Moreira também chefia a maior fábrica de mosquitos do mundo, fruto de uma parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e com apoio do governo federal. A unidade possui capacidade de produção de 100 milhões de ovos por semana, consolidando a ciência brasileira como referência global no enfrentamento de arboviroses.
