​​​​​Político se tornou o primeiro chanceler federal alemão a acender a chanuquiá, no Portão de Brandemburgo, no que ele chamou de um sinal de “solidariedade” aos judeus, em meio a uma onda de antissemitismo.O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, acendeu na noite desta quinta-feira (07/12) a primeira vela de uma grande chanuquiá de 10 metros de altura no primeiro dia do Chanucá, uma importante festa judaica que dura oito dias. Foi a primeira vez que um chanceler alemão realizou o ato.

À multidão em frente ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, Scholz disse que a comemoração deste ano é ainda mais significativa e enfatizou que a vida judaica é “inseparavelmente” parte da Alemanha.

“[A festa] é particularmente importante neste momento”, destacou, referindo-se à escalada nos atos antissemitas cometidos na Alemanha desde o início do atual conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas na Faixa de Gaza.

“Cada um de nós deve se opor claramente a esse terrorismo”, disse Scholz, que tem enfatizado o direito de Israel de se defender do Hamas.

Scholz ressaltou que o fato de a celebração acontecer “no coração da nossa capital ” é uma mensagem clara de que os cidadãos judeus na Alemanha têm o “direito fundamental de serem visíveis”. Para ele, é “triste e assustador” que membros das comunidades judaicas do país estejam novamente vivendo com medo.

“Desejo que a vela de Chanucá brilhe muito além desta praça e por muito mais tempo do que os oito dias” do feriado, destacou o político alemão, que usava um kipá de veludo preto. “Chanucá significa esperança e confiança. Ambas são especialmente necessárias nos dias de hoje”, lembrou.

Na cerimônia, Scholz esteve acompanhado de outros políticos de alto escalão, incluindo a presidente do Bundestag(Parlamento alemão), Bärbel Bas, o prefeito de Berlim, Kai Wegner, e o embaixador israelense na Alemanha, Ron Prosor. A celebração também contou com a presença de parentes de Itai Svirsky, um alemão-israelense presumidamente sequestrado pelo Hamas.

Aumento dos ataques antissemitas

Scholz lembrou que, desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, o número de ataques antissemitas na Alemanha aumentou mais de 300%, chegado a uma média de 29 incidentes reportados por dia. Por essa razão, a polícia reforçou a presença em sinagogas e outras instituições judaicas em todo o país.

A Alemanha, assim como Israel e os Estados Unidos, consideram grupo radical islâmico Hamas como uma organização terrorista.

“Não aceitamos que os concidadãos judeus tenham medo de viver abertamente a sua religião, a sua cultura e a sua vida cotidiana, quando exercem o seu direito fundamental de serem visíveis, um direito que todas as pessoas na nossa sociedade têm, sem distinção”, disse Scholz na cerimônia.

O anfitrião do evento, rabino Yehuda Teichta, elogiou a Alemanha e Scholz como “faróis da democracia”. Segundo Teichta, a mensagem do Chanucá é “luz sobre as trevas, democracia sobre a tirania”. O rabino pediu “mais luz, mais alegria, mais consciência judaica”.

O que é o Chanucá

O Chanucá é uma importante data do judaísmo, também conhecido como Festa das Luzes. A celebração tem início no dia 25 do mês judaico de Kislev, e se estende por oito dias consecutivos. Em 2023, no calendário gregoriano, a festa começou na noite desta quinta-feira e deverá durar até 15 de dezembro.

Em hebraico, a palavra “chanucá” significa “dedicação”. A festividade comemora a vitória da luz contra a escuridão, a preservação do espírito de Israel e a liberdade religiosa.

O principal símbolo da Festa das Luzes é a chanuquiá, um candelabro com oito braços menores, e um mais alto ao centro. No entardecer do primeiro dia de Chanucá, os judeus acendem a primeira das oito velas. Em cada noite subsequente, acrescenta-se uma nova vela à esquerda, até que o candelabro esteja completamente aceso ao fim de oito dias.

le (AP, AFP, DPA, Reuters)