05/09/2019 - 16:31
Pesquisadores australianos e vietnamitas descobriram uma serpente marinha que usa um complexo sistema de vasos sanguíneos em sua cabeça para extrair oxigênio extra quando mergulha e nada debaixo d’água. A novidade foi divulgada em artigo publicado na revista “Royal Society Open Science”.
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Uma vez submersa, a serpente-marinha-de-banda-azul (Hydrophis cyanocinctus) recorre a uma extensa rede vascular na parte superior da cabeça para absorver oxigênio da água circundante.
“Pela primeira vez, descrevemos essa rede vascular cefálica modificada que fornece a essa serpente marinha um suprimento complementar de oxigênio ao cérebro durante a submersão”, disse Alessandro Palci, autor principal do estudo, pesquisador evolucionário da Flinders University (Austrália) e pesquisador visitante da Universidade de Alberta (Canadá).
“Basicamente, descobrimos que essa serpente marinha usa o topo de sua cabeça como brânquia para respirar debaixo d’água”, afirmou ele.
Vertebrado aquático
Altamente venenosas, as serpentes marinhas vivem em águas tropicais do sudeste da Ásia. Elas são encontradas em recifes de coral e em águas quentes do litoral. Esses animais devem emergir regularmente para respirar, mas estão entre os mais “aquáticos” dos vertebrados que respiram ar.
A rede vascular, localizada logo abaixo da pele do focinho e da testa da serpente, surpreendeu os pesquisadores no estudo. “Embora a rede vascular cefálica seja estruturalmente muito diferente das brânquias de peixes e anfíbios, sua função é bastante semelhante, pois fornece uma grande área de superfície repleta de vasos sanguíneos sem oxigênio que podem absorver oxigênio da água ao redor”, observou Palci.
Segundo Kate Sanders, da Escola de Ciências Biológicas da e que também participou do estudo, ele expande a compreensão da anatomia respiratória cutânea incomum das cobras marinhas.
“As serpentes marinhas têm sido extremamente bem-sucedidas na adaptação a um estilo de vida totalmente marinho, incluindo a capacidade de absorver oxigênio através da pele”, afirmou ela. “Esse recurso provavelmente permite que tais serpentes marinhas permaneçam submersas por longos períodos de tempo, o que mais pesquisas poderão testar.”