O número de foguetes lançados no espaço aumentou significativamente ao longo dos últimos anos, assim como os avanços tecnológicos que possibilitam a exploração do universo. O progresso deliberado, porém, configura consequências que, gradativamente, preocupam os cientistas do mundo.

O cenário conhecido como “Síndrome de Kessler”, por exemplo, deve ser cada vez mais frequente na realidade humana. O fenômeno caracteriza situações em que detritos espaciais colidem e criam outros detritos, o que pode deixar a órbita terrestre progressivamente mais obstruída.

Nos primeiros dias deste ano, um grande fragmento caiu em uma vila do Quênia. Ele foi identificado como um pedaço de um objeto espacial de 500 kg e mais de dois metros. Avaliações sugerem que a peça seja um anel de separação de um foguete, o que exemplifica os riscos de lançamentos espaciais excessivos.

Milhares de peças identificáveis de lixo espacial circulam o planeta Terra – aliado a outros vários que não podem ser vistos ou rastreados. Esses detritos podem ser perigosos para astronautas, satélites e outras tecnologias das quais dependemos para serviços de internet e outras aplicações.

“O número de objetos no espaço que lançamos nos últimos quatro anos aumentou exponencialmente. Então estamos caminhando para a situação que sempre tememos”, disse o Dr. Vishnu Reddy, professor de ciências planetárias na Universidade do Arizona para a CNN.

De acordo com cientistas, a Síndrome de Kessler – assim como o tráfego espacial – é um problema que deve ser resolvido rapidamente, com sérias consequências a longo prazo.