Um planeta desconhecido pode estar orbitando os confins do nosso Sistema Solar. Essa é a hipótese que mobiliza astrônomos em todo o mundo, que buscam por um corpo celeste massivo cuja existência é sugerida por evidências gravitacionais, embora nunca tenha sido observado diretamente.

Evidência indireta: a principal pista para a existência do Planeta Nove é o estranho agrupamento das órbitas de objetos gelados no Cinturão de Kuiper, para além de Netuno.

Força invisível: esse comportamento anômalo sugere que uma grande força gravitacional, possivelmente de um planeta massivo, está influenciando a trajetória desses corpos.

Precedente histórico: a descoberta de Netuno em 1846 seguiu uma lógica similar, sendo prevista matematicamente antes de sua confirmação visual.

Busca ativa: grandes telescópios e um novo observatório no Chile estão atualmente em uma busca ativa para encontrar e confirmar a existência deste mundo hipotético.

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A suspeita de um nono planeta surge de anomalias observadas no Cinturão de Kuiper, uma vasta região de rochas geladas e planetas anões, como Plutão, localizada muito além da órbita de Netuno. Cientistas notaram que as órbitas de vários desses objetos distantes estão agrupadas de maneira incomum, como se estivessem sendo “puxadas” por um corpo de grande massa ainda não identificado.

Essa busca por um planeta “invisível” não é inédita na história da astronomia. Em 1846, o planeta Netuno foi descoberto de maneira semelhante: sua existência e localização foram primeiro calculadas com base nas perturbações que sua gravidade causava na órbita de Urano, e só depois ele foi encontrado por telescópios.

Atualmente, os maiores observatórios do mundo, incluindo o novo Observatório Vera C. Rubin, no Chile, estão vasculhando os céus na tentativa de finalmente encontrar uma prova visual do Planeta Nove, um mistério que, se confirmado, irá redefinir o mapa do nosso próprio Sistema Solar.

As pistas do Planeta Nove

A crença na existência de um nono planeta no Sistema Solar não é um mero palpite, mas uma hipótese científica baseada em múltiplas linhas de evidência gravitacional. Astrônomos, como Mike Brown e Konstantin Batygin do Caltech, apontam para uma série de anomalias que, juntas, formam um caso convincente. As principais pistas são:

Órbitas Agrupadas: Um grupo de pelo menos seis objetos transnetunianos (corpos gelados que orbitam o Sol para além de Netuno) possui órbitas elípticas que apontam para a mesma direção no espaço. A probabilidade de isso acontecer por acaso é extremamente baixa, sugerindo que uma força gravitacional externa está “pastoreando” esses corpos.

Inclinação Coletiva: Além de estarem alinhadas, as órbitas desses mesmos objetos são inclinadas no mesmo ângulo de aproximadamente 30 graus em relação ao plano onde orbitam os oito planetas conhecidos. Essa uniformidade na inclinação também aponta para a influência de um grande corpo celeste.

Objetos Perpendiculares: A existência do Planeta Nove também explicaria a presença de outros corpos no Cinturão de Kuiper cujas órbitas são quase perpendiculares (90 graus) ao plano do Sistema Solar. A força gravitacional do planeta hipotético poderia ter “expulsado” esses objetos para trajetórias tão incomuns.

A Inclinação do Sol: Um dos grandes mistérios da astronomia é por que o Sol está inclinado em cerca de 6 graus em relação ao plano orbital dos planetas. A presença de um nono planeta massivo e com uma órbita inclinada, ao longo de bilhões de anos, poderia ter gradualmente “puxado” todo o Sistema Solar, explicando essa discrepância.