O “sol artificial” criado pela China e conhecido como Experimental Advanced Superconducting Tokamak (EAST) atingiu um recorde da energia de fusão. De acordo com o último relatório da Academia Chinesa de Ciências (CAS), a tecnologia se manteve ativa por 16 minutos batendo uma nova marca mundial.

A conquista representa um passo significativo na área de pesquisa da energia – cientistas continuam investindo em seu desenvolvimento, já que sua implementação apresentaria uma nova fonte ilimitada e limpa para a humanidade.

Porém, os cientistas responsáveis pelo caso reforçam que a marca de 16 minutos  é considerada um ponto crítico da fase de fusão. Sustentar o plasma ativo em tais circunstâncias é essencial para determinar sua viabilidade e segurança, mas conter o processo ainda é arriscado.

Foto: Reprodução/ Institute of Plasma Physics China

Desenvolvido na instalação de Tokamak, o condutor chinês é também chamado de “sol artificial” porque, assim como a estrela, ele libera energia a partir de processos de fusão. O processo acontece a partir do superaquecimento dos átomos, que ficam agitados e acabam fundindo seus núcleos.

No caso do Sol, a fusão entre dois átomos de hidrogênio forma um átomo de hélio. Uma vez que o hélio é mais leve, o restante da massa é liberada na forma de energia térmica. A ideia dos cientistas chineses é replicar o mesmo processo em Tokamak usando o deutério, um isótopo do hidrogênio. O isótopo é encontrado em abundância no oceano e o sucesso do experimento pode significar a descoberta de uma fonte de energia inesgotável e limpa.

Para que os átomos de deutério e de trítio – outro isótopo usado no experimento – entrem em fusão, eles precisam ser aquecidos a aproximadamente 150 milhões de ºC. Mas para que a fusão resulte, de fato, em geração de energia, ela também precisa ser estendida pelo maior tempo possível.