07/05/2025 - 15:23
Um módulo de pouso chamado Cosmos 482, projetado pela União Soviética para ir até Vênus, foi lançado em 1972, mas nunca chegou a sair da órbita da Terra e deve “cair” no planeta neste sábado, 10. De acordo com astrônomos, o objeto teria uma queda parecida com a de um meteorito se sobrevivesse à reentrada na atmosfera.
Segundo a Nasa, agência espacial americana, a sonda deve cair entre os dias 7 e 13 de maio, mas a data mais provável é o sábado, 10. Dado que foi projetada para suportar a passagem pela atmosfera de Vênus, que é mais densa, “é possível que a sonda (ou partes dela) sobreviva à reentrada na Terra e alcance a superfície”, afirmou a entidade.
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Marco Langbroek, astrônomo da Universidade de Delft, na Alemanha, relatou que, por se tratar de uma reentrada descontrolada, atualmente é impossível dizer ao certo quando e onde ela ocorrerá.
De acordo com a “CNN Science”, o módulo poderia cair em qualquer lugar entre as latitudes de 52 graus a norte e sul da Linha do Equador. Apesar disso, a chance do objeto causar danos fatais com a reentrada é de uma em 25 mil.
Os riscos “não são particularmente altos, mas também não são nulos”, apontou Langbroek, acrescentando que, com uma massa de pouco menos de 500 quilos e um comprimento de um metro, o impacto do objeto seria semelhante ao de um meteorito.
A sonda tem uma capa protetora semiglobular de titânio, “uma espécie de cubo metálico, projetada para sobreviver à passagem pela atmosfera de Vênus”, e estava equipada com paraquedas para diminuir sua velocidade, embora Langbroek duvide que o sistema de implantação de paraquedas ainda funcione mais de meio século depois.
Viagem fracassada ao planeta Vênus
A Cosmos 482 fazia parte do projeto Venere, com o qual a extinta União Soviética lançou várias sondas para estudar o planeta, disse a Nasa.
Segundo Langbroek, a Cosmos 482 foi lançada em 31 de março de 1972, poucos dias depois do lançamento da sonda Venere 8, mas falhou em sua tentativa de escapar da órbita baixa da Terra.
Após uma aparente tentativa de lançamento em uma trajetória de transferência para Vênus, a nave se separou em quatro pedaços: dois permaneceram na órbita baixa da Terra e caíram em 48 horas, e os outros, presumivelmente o módulo de pouso e a unidade de motor do estágio superior destacada, entraram em uma órbita mais alta, de acordo com dados da Nasa.
Cosmos é o nome que os soviéticos davam, desde 1962, às suas naves espaciais que permaneceram na órbita da Terra, independentemente de esse ser ou não seu destino final pretendido.