09/05/2025 - 14:31
O astrônomo Marco Langbroek, da Universidade Técnica de Delft, nos Países Baixos, compartilhou nesta sexta-feira, 9, um mapa que mostra os locais por onde a sonda soviética Cosmos 482 pode cair. A projeção inclui cidades como São Paulo (SP), Londres, Bruxelas, Viena, Budapeste e Buenos Aires. O objeto teria uma queda parecida com a de um meteorito se sobrevivesse à reentrada na atmosfera, mas as chances de ocorrer um impacto fatal são baixas, sendo de uma em 25 mil.
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De acordo com a Nasa, agência espacial americana, a sonda poderia cair em qualquer lugar entre as latitudes 52 graus a norte e sul da Linha do Equador.
Conforme a entidade, a sonda deve cair entre hoje e 13 de maio, mas a data mais provável é o sábado, 10. Dado que foi projetada para suportar a passagem pela atmosfera de Vênus, que é mais densa, “é possível que a sonda (ou partes dela) sobreviva à reentrada na Terra e alcance a superfície”.
A Nasa pontuou que o horário e local exato de reentrada devem ser identificados com mais precisão quando a queda estiver mais perto de ocorrer, mas ainda assim, a incerteza será “bastante significativa”.
Nesta sexta-feira, 9, Langbroek afirmou que algumas áreas entre as latitudes 52°N e 52°S já foram descartadas, mas cidades com mais de um milhão de habitantes ainda estão na área que pode ser atingida. As sonda soviética pode cair em qualquer lugar das linhas do mapa abaixo.
Confira o mapa:
As capitais brasileiras que aparecem abaixo das linhas são Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Recife (PE). Na África, Argel é a única capital na rota da sonda, enquanto as cidades europeias de Londres, Bruxelas, Praga, Viena, Budapeste, Bucareste, Roma e Kiev também são cruzadas pelas linhas no mapa.
Os riscos “não são particularmente altos, mas também não são nulos”, apontou Langbroek, acrescentando que, com uma massa de pouco menos de 500 quilos e um comprimento de um metro, o impacto do objeto seria semelhante ao de um meteorito.
A sonda tem uma capa protetora semiglobular de titânio, “uma espécie de cubo metálico, projetada para sobreviver à passagem pela atmosfera de Vênus”, e estava equipada com paraquedas para diminuir sua velocidade, embora Langbroek duvide que o sistema de implantação de paraquedas ainda funcione mais de meio século depois.
Viagem fracassada ao planeta Vênus
A Cosmos 482 fazia parte do projeto Venere, com o qual a extinta União Soviética lançou várias sondas para estudar o planeta, disse a Nasa.
Segundo Langbroek, a Cosmos 482 foi lançada em 31 de março de 1972, poucos dias depois do lançamento da sonda Venere 8, mas falhou em sua tentativa de escapar da órbita baixa da Terra.
Após uma aparente tentativa de lançamento em uma trajetória de transferência para Vênus, a nave se separou em quatro pedaços: dois permaneceram na órbita baixa da Terra e caíram em 48 horas, e os outros, presumivelmente o módulo de pouso e a unidade de motor do estágio superior destacada, entraram em uma órbita mais alta, de acordo com dados da Nasa.
Cosmos é o nome que os soviéticos davam, desde 1962, às suas naves espaciais que permaneceram na órbita da Terra, independentemente de esse ser ou não seu destino final pretendido.
*Com informações da Deutsche Welle