23/05/2025 - 18:10
Agentes federais dos Estados Unidos deram autorização para a empresa SpaceX, do empresário Elon Musk, realizar mais um voo de teste da nave Starship. Ainda no início do ano, outra duas tentativas de lançamento terminaram em explosões.
A entidade poderá prosseguir com a empreitada enquanto a Administração Federal de Aviação averigua os motivos das falhas prévias. A permissão para emplacar o “Voo 9″ – nome pelo qual a missão será chamada – aconteceu porque a SpaceX atendeu todos os requisitos de licenciamento, incluindo regras ambientais e de segurança.
A deliberação configura um passo relevante para a empresa de Musk, que buscava ampliar o número de lançamentos permitidos por ano. Os lançamentos são feitos a partir do sul do Texas, local em que as instalações de fabricação e operação da Starship estão. A FAA chegou a divulgar um comunicado com as atualizações.
“A aprovação inclui a ação final que permite à SpaceX aumentar as operações da Starship de cinco para 25 por ano em Boca Chica, Texas”, disse a instituição.
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Áreas de risco
Quando um foguete é lançado, calcula-se a “área de risco” – ou área de exclusão de aeronaves – ou seja, o perímetro que a máquina precisa para não afetar os demais veículos voadores.
Tendo em vista as novas medidas, a FAA já informou que aumentará a área de risco da Starship. O número passará de 885 milhas náuticas (1.018 milhas) mapeadas em registros anteriores para 1.600 milhas náuticas (1.841 milhas). Com essa mudança, cerca de 175 voos podem ser afetados, configurando um tempo médio de atraso de 40 minuto – o que deve custar aproximadamente US$ 50 por hora para os viajantes.
“Para minimizar a interrupção, a janela de lançamento foi programada fora dos períodos de pico de trânsito”, escreve a decisão.
Além disso, há a problemática de destroços. Em uma possível falha com explosão, a máquina deriva restos que caem na superfície terrestre. Para impedir que os pedaços caiam em regiões indesejadas, a FAA mapeia o lugar que eles provavelmente cairão.
O cálculo costuma ser certeiro, mas no primeiro lançamento do ano, a explosão da Starship gerou destroços que ultrapassaram o perímetro previsto. Na ocasião, um pedaço que restou da nave chegou a acertar um carro na ilha de South Caicos.
“A SpaceX precisa atualizar sua Análise de Segurança de Voo para levar em conta todos os resultados de voos realizados anteriormente, incluindo eventos de acidentes, e para calcular e estabelecer áreas de risco”, pontua a declaração.
Starship e perspectivas futuras
A empresa de Elon Musk divulga a Starship como um empreendimento que impactaria a indústria pelo tamanho e preço. O valor requisitado por cada teste de lançamento é de de cerca de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões.
Vale lembrar que as máquinas disparadas até agora viajaram apenas em uma trajetória suborbital, então não foram equipados para enfrentarem expedições tripuladas. A SpaceX também precisa achar uma maneira de reabastecer o veículo enquanto ele ainda estiver em órbita.
A entidade tem sido criticada pela metodologia empregada nos processos de desenvolvimento espacial. A escolha da empresa é utilizar protótipos mais baratos e efetuar múltiplos lançamentos a fim de corrigir as falhas que aparecerem. O método contrasta com a forma de pesquisa adotada pela NASA – que ocupa longos períodos com estudos minuciosos antes de realizar empreitadas.