País concluiu não haver indícios de envolvimento de suecos em explosão de gasodutos que abasteciam a Europa com gás russo, nem de que seu território tenha sido usado no ataque. Apuração do caso prossegue na Alemanha.A Procuradoria da Suécia anunciou nesta quarta-feira (07/02) que encerrou a investigação sobre a explosão nos gasodutos submarinos Nord Stream 1 e 2, que abasteciam a Europa com gás russo.

A causa das explosões é desconhecida, mas acredita-se que elas tenham sido fruto de um ato de sabotagem– da parte de quem, porém, é uma questão que permanece um mistério.

A Suécia investigava se o território do país foi usado para cometer um suposto ataque, além do eventual envolvimento de cidadãos suecos no caso, pondo em risco a segurança e os interesses da nação.

Mas, segundo alegou o procurador Mats Ljungqvist, esse não é o caso, e, portanto, a Suécia não tem jurisdição sobre o caso.

Investigações continuam na Alemanha

A Dinamarca e a Alemanha também apuram o episódio. A Suécia disse que compartilharia evidências com a Procuradoria alemã, que se recusou a comentar as investigações em andamento.

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov se referiu ao encerramento das investigações pela Suécia como uma “decisão digna de nota”. “Agora precisamos ver como a Alemanha vai reagir a isso, sendo um país que perdeu muito em relação a este ataque terrorista.”

Na Dinamarca, a polícia afirma que a investigação ainda não terminou, mas que isso deve acontecer “em breve”.

Os gasodutos Nord Stream já eram pivô de tensões políticas antes mesmo de serem danificados. A Europa, altamente dependente do gás de Moscou, impôs sanções à Rússia após o país invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, fechou as torneiras do gás.

Em 26 de setembro de 2022, explosões submarinas foram registradas próximo à ilha dinamarquesa de Bornholm, no Mar do Norte. Autoridades suecas, alemãs e dinamarquesas afirmaram posteriormente ter encontrado vestígios de explosivos em um veleiro suspeito de ter sido usado para provocar as explosões.

Ucrânia, Rússia e Estados Unidos foram apontados como responsáveis pelo caso – todos negam qualquer papel no episódio.

Nord Stream 1 abastecia a Europa desde 2011 com gás. O segundo gasoduto, o Nord Stream 2, aguardava à época um processo de licenciamento para entrar em operação.

ra/le (AFP, AP, dpa, Reuters)