Finalmente foram publicados em uma revista científica os resultados de simulações por computador da transmissão de covid-19 durante o surto no cruzeiro australiano Diamond Princess, um dos primeiros eventos de contágio fora da China a serem noticiados, no início da pandemia. Em 20 de fevereiro de 2020, um mês depois de o cruzeiro começar, mais de 700 das 3.711 pessoas embarcadas testaram positivo para covid-19.

Em julho do ano passado, a equipe de Parham Azimi, da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, divulgou os resultados preliminares das simulações. Os pesquisadores analisaram 21,6 mil cenários diferentes para explicar a disseminação da doença no navio. Cada cenário testou hipóteses sobre os valores de variáveis ainda desconhecidas que poderiam afetar o tempo de viabilidade das partículas de vírus fora do corpo humano.

Os cenários que melhor explicaram o surto são aqueles que assumem que mais de 50% das infecções ocorrem por meio da inalação de gotículas emitidas pela boca e pelo nariz quando se fala. Chamadas de aerossóis, essas gotas diminutas permanecem suspensas no ar por mais de 20 minutos e flutuam vários metros em um recinto fechado (“PNAS”, 23 de fevereiro).

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.