26/10/2025 - 9:10
Presidente americano pressionou por acordo por meio de medidas comerciais. Termos incluem devolução de prisioneiros e retirada de minas terrestres da fronteira.Tailândia e Camboja assinaram neste domingo (26/10) um acordo ampliado de cessar-fogo, suspendendo uma disputa secular pelo Triângulo de Esmeralda – área onde a fronteira dos dois países se encontra com a do Laos.
A cerimônia contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujas ameaças de pressão econômica levaram os dois países a interromper os confrontos ao longo de sua fronteira disputada no início deste ano.
Alguns dos combates mais graves entre os dois países ocorreram em julho, deixando mais de 40 mortos e 300 mil deslocados.
Na época, Trump ameaçou suspender acordos comerciais caso as hostilidades não cessassem. Tailândia e Camboja, então, concordaram com uma trégua inicial no final de julho, que se manteve instável.
Como parte da primeira fase do novo acordo, a Tailândia libertará 18 prisioneiros cambojanos, e o Camboja começará a retirar sua artilharia pesada da fronteira. Observadores regionais monitorarão a situação para garantir que os combates não sejam retomados.
O texto também estabelece que os países organizarão a remoção de minas terrestres ao longo da fronteira.
“Fizemos algo que muita gente dizia ser impossível”, declarou Trump. O primeiro-ministro cambojano Hun Manet chamou o momento de “um dia histórico”, enquanto o primeiro-ministro tailandês Anutin Charnvirakul afirmou que o acordo cria “as bases para uma paz duradoura”.
Trump aposta em imagem de negociador internacional
A cerimônia foi o primeiro evento público de Trump após sua chegada à cúpula anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada em Kuala Lumpur.
A viagem, que incluirá visitas ao Japão e à Coreia do Sul, além de uma possível reunião com o líder chinês Xi Jinping, é vista como uma oportunidade para Trump reforçar sua imagem de negociador internacional. Também no domingo, ele se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, iniciando tratativas para aliviar o tarifaço sobre produtos brasileiros.
Logo após a assinatura do acordo entre Tailândia e Camboja, a Casa Branca anunciou acordos comerciais com os dois países, alguns voltados para ampliar o comércio de minerais críticos. Os EUA buscam reduzir sua dependência da China, que restringiu a exportação de componentes essenciais para a fabricação de tecnologia.
“É muito importante que cooperemos como parceiros dispostos, para garantir cadeias de suprimentos estáveis e seguras, beneficiando a qualidade de vida e a segurança de nossos povos”, disse o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.
Trump também demonstrou interesse em aliviar as tensões comerciais com a China, dizendo estar confiante sobre uma reunião com Xi na Coreia do Sul, ao fim da viagem.
“Eles querem fazer um acordo, e nós também queremos”, afirmou. Trump reiterou seus planos de visitar a China futuramente e sugeriu que Xi poderia ir a Washington ou a Mar-a-Lago, seu clube privado na Flórida.
gq (AFP, AP)
