07/03/2019 - 15:55
Novo artigo ressalta que dinossauros passavam muito bem antes do impacto do asteroide causar a extinção da espécie, ao contrário do que defendem dois estudos publicados no mês passado. Ambos defendem que vários animais – incluindo os dinossauros – já estavam em declínio por milhões de anos antes do impacto, e que o asteroide teria sido o golpe final ou nem mesmo tenha causado tanto estrago assim. (Leia mais detalhes na matéria abaixo.)
No entanto, o estudo do doutorando do Imperial College London, Alfio Alessandro Chiarenza, publicado na Nature Communications, argumenta não ter havido declínio dos dinossauros anterior ao impacto. “Os dinossauros como um todo eram animais adaptáveis, capazes de lidar com as mudanças ambientais e as flutuações climáticas que aconteceram nos últimos milhões de anos do Cretáceo Superior. A mudança climática em escalas de tempo prolongadas não causou declínio a longo prazo dos dinossauros ao longo dos últimos estágios desse período”, afirma Chiarenza em comunicado.
Os mapas das condições ambientais da América do Norte entre 83 milhões a 66 milhões de anos atrás, feitos por Chiarenza e coautores, mostram que no final do Cretáceo, a América do Norte era dividida por um mar interior. Este encolheu com o tempo, permitindo que grandes grupos de dinossauros se expandisse naquele território.
No entanto, cerca de 75 milhões de anos atrás, o que um dia fora um cinturão de locais de preservação de fósseis que se estendiam do México ao centro do Canadá, começou a se contrair em áreas menores entre 40 e 50 graus ao norte. Sedimentos produzidos pela formação das Montanhas Rochosas, que invadiram rios e lagos, ajudaram a preservar os ossos dos dinossauros que morreram naquela região.
Com base nisso, os autores argumentam que não houve declínio dos dinossauros norte-americanos antes do asteróide, apenas uma diminuição na sua preservação. Como essa é uma conclusão que se aplica somente à América do Norte, é necessário replicar o estudo parar outros lugares do mundo para que as conclusões de Chiarenza possam ser comprovadas.