30/07/2019 - 12:52
Um estudo canadense mostra que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) não só é uma forma eficaz de tratar a insônia crônica como tem sido menosprezada por muitos profissionais da saúde. Segundo os autores da pesquisa, publicada na revista “British Journal of General Practice” e abordada pelo jornal “The Guardian”, médicos revelam conhecimento limitado sobre o potencial da TCC nesses casos, e com isso os pacientes não têm acesso ao tratamento.
“Há um tratamento muito eficaz o qual não envolve medicação que deve estar disponível através do seu serviço de atenção primária. Se não for, deveria ser”, declarou Judith Davidson, da Queen’s University, de Ontário, e coautora do estudo.
Quem sofre de insônia crônica tem dificuldade para cair no sono ou permanecer dormindo pelo menos três noites por semana durante três meses ou mais. O distúrbio, que afeta entre 10% e 15% dos adultos, está ligado a problemas de saúde, incluindo depressão, bem como dificuldades na condução do dia a dia. Por vezes, essa condição pode acarretar acidentes.
Programa de mudanças
O uso de pílulas para dormir não é recomendado, pois no longo prazo elas podem ter efeitos colaterais e causar dependência. Já a TCC aborda o problema a partir de um programa de mudanças na forma como um indivíduo lida com o sono e pensa sobre ele. Essas mudanças incluem ficar longe da cama quando acordado, tomar atitudes desafiadoras sobre a perda de sono e restringir o número de horas passadas na cama.
Davidson e seus colegas analisaram os resultados de 13 estudos anteriormente realizados sobre a TCC aplicada à insônia por clínicos gerais. Em alguns estudos, os participantes também tomavam remédios para dormir. Os resultados mostraram que a TCC trouxe melhorias no sono que permaneciam durante uma reavaliação feita vários meses depois.
Em quatro estudos, os cientistas descobriram que os participantes adormeciam em média entre 9 e 30 minutos mais cedo depois de completar um curso de TCC de quatro a oito sessões para insônia. Eles também reduziam entre 22 e 36 minutos o tempo que permaneciam despertos depois de ir para a cama. Já quem estava em uma lista de espera, ou que recebeu o tratamento habitual, só teve uma melhora de até 4 minutos no tempo despendido para cair no sono e de até 8 minutos no tempo gasto acordado depois de ir dormir.