Por duas semanas, única fábrica da empresa na Europa não produzirá veículos devido a atrasos em sua cadeia de fornecimento, provocados pelos ataques da milícia houthi a navios cargueiros no Mar Vermelho.A Tesla, fabricante americana de veículos elétricos, suspenderá por duas semanas a produção em sua fábrica na Alemanha devido à escassez de peças provocada pelo desvio das rotas de transporte marítimo em meio aos ataques da milícia houthi no Mar Vermelho.

Os houthi são apoiados pelo Irã e vêm conduzindo ataques a navios cargueiros na região, sobretudo com o uso de drones, em apoio ao grupo fundamentalista islâmico Hamas no atual conflito com Israel.

“A ampliação considerável dos tempos de transporte cria uma lacuna nas cadeias de suprimentos”, esclareceu a empresa em um comunicado nesta sexta-feira (12/01).

Na nota, a Tesla afirma que “os conflitos armados no Mar Vermelho e o desvio das rotas de navegação entre a Europa e a Ásia através do Cabo da Boa Esperança [na África do Sul] também têm um impacto sobre a produção” na sua fábrica europeia.

“Com exceção de alguns subsetores”, a produção será suspensa de 29 de janeiro a 11 de fevereiro na única fábrica da empresa na Europa, que fica em Grünheide, próxima a Berlim, disse o fabricante. “A partir de 12 de fevereiro, a produção será retomada em sua totalidade.”

Desvios de rota

Os ataques da milícia houthi do Iêmen no Mar Vermelho desde o início da guerra entre Israel e o Hamas fizeram com que muitas empresas de navios cargueiros decidissem evitar essa rota crucial para a navegação global, optando por rotas mais longas.

O Canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho, é a rota marítima mais curta entre a Ásia e a Europa. Por ali passa 12% do comércio mundial. A rota alternativa, que circunda o continente africano, prolonga o trajeto em 10 a 20 dias, além de acarretar custos adicionais significativos para as empresas.

Nesta quinta-feira, os Estados Unidos e o Reino Unido conduziram ataques no Iêmen contra instalações dos houthi, que são apoiados pelo Irã. Os militares americanos afirmaram que foram atingidos centros logísticos, sistemas de defesa aérea e armazéns de armas.