28/01/2022 - 12:56
Arqueólogos que trabalham em um sítio em Nijmegen, a cidade mais antiga da Holanda, desenterraram uma tigela de vidro azul com idade calculada em cerca de 2 mil anos, informou o site Hyperallergic. O local da escavação está situado ao longo do rio Waal, a cerca de 10 quilômetros da fronteira com a Alemanha. Segundo os arqueólogos, seu criador teria tido contato com o Império Romano. “A tigela é de fabricação romana”, afirmou o arqueólogo Pepijn van de Geer ao jornal regional holandês De Stentor.
A integridade física do objeto, sem rachaduras visíveis ou lascas na superfície, impressionou os cientistas. Acredita-se que a tigela tenha sido feita em oficinas de vidro em cidades alemãs como Colônia e Xanten, ou possivelmente na Itália.
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De tamanho próximo à palma de uma mão, a tigela apresenta um padrão de faixa vertical estriada com uma borda na parte superior. “Tais objetos foram feitos permitindo que o vidro derretido esfriasse e endurecesse sobre um molde”, explicou van de Geer. “O padrão de listras foi desenhado quando a mistura de vidro ainda estava líquida. O óxido de metal causa a cor azul.”
Primeira cidade romana na Holanda
Durante a escavação, a equipe também descobriu sepulturas romanas, casas e poços, além de objetos como louças e joias. Os arqueólogos esperam que esse material seja suficiente para permitir que eles produzam um mapa de como era o desenho do assentamento. O local estava sendo escavado antes de um projeto de construção para novas habitações e desenvolvimento verde na área.
Na época da criação da tigela, Nijmegen era um acampamento militar romano. Mais tarde, cresceu em escala e tornou-se o primeiro assentamento na atual Holanda a ser nomeado um municipium, ou cidade romana, o que concedia a cidadania romana aos habitantes locais.
“Para os moradores do assentamento no Winkelsteeg, esta tigela era de grande valor”, disse van de Geer. De acordo com ele, os moradores “tinham uma grande necessidade de couro e gostavam de comprar couro de gado”. Uma teoria propõe que cidadãos que trabalhavam em postos avançados ao longo da fronteira superior da Muralha de Adriano, na Escócia, para o exército romano, receberiam pagamentos suficientemente bons para comprar uma peça como a tigela recém-encontrada. O caso da peça de Nijmegen seria semelhante.