Cientistas israelenses descobriram que duas pequenas múmias egípcias, que se pensava conter corações humanos, não tinham nada disso em seu interior. Uma das múmias está cheia de grãos e lama, e a outra guarda os restos de um pássaro desprovido de vários órgãos, segundo o site LiveScience.

+ Conheça o phloeodes diabolicus “o besouro indestrutível”
+ Em que o cérebro pensa durante o sono?
+ Arqueólogo leva 36 anos para montar maquete precisa da Roma Antiga

As múmias estão armazenadas no Museu de Haifa, em Israel, há cerca de 50 anos. Segundo Ron Hillel, administrador e chefe de gerenciamento de coleções do museu, os registros anteriores “não eram mantidos tão diligentemente quanto agora”. Não se sabe muito sobre as múmias, afora que elas têm mais de 2 mil anos de idade.

Os curadores do museu estavam examinando sua coleção para determinar a melhor maneira de preservar cada artefato quando depararam com essas múmias. Embora os registros indicassem que elas continham corações mumificados, os pesquisadores olharam por baixo dos embrulhos e encontraram restos não humanos. Eles decidiram então fazer tomografias para identificar o que estava nos sarcófagos.

LEIA TAMBÉM: O que a arqueologia ensina sobre epidemias ao longo da história

Tomografias das múmias de Osíris (esquerda) e Hórus (direita). Crédito: Rambam Health Care Campus
Germinação

Os exames, realizados no Hospital Rambam, em Haifa, revelaram que uma múmia de 45 centímetros de comprimento em forma humana, que supostamente reproduzia Osíris, o deus da vida pós-morte, continha lama e grãos. “Durante os festivais dedicados a Osíris, [os antigos egípcios] as produziam”, disse Hillel à LiveScience. “Seria uma mistura de argila ou areia com esses grãos, e então eles a mergulhariam na água e os grãos germinariam.”

A segunda múmia, com cerca de 25 centímetros de comprimento, tem a forma de um pássaro para representar o deus Hórus.

A doutora Marcia Javitt, que participou da tomografia computadorizada, agora está ajudando a identificar os ossos e tecidos do pássaro com sua equipe. Segundo ela, o pescoço da ave está quebrado e alguns de seus órgãos haviam sido retirados. Mas, para descobrir exatamente o que está faltando serão necessárias novas pesquisas.

O Museu de Haifa poderá organizar uma exibição especial para essas duas múmias no futuro, afirma Hillel. Ele também espera datá-las com radiocarbono para obter mais precisão nas suas idades.