09/11/2020 - 11:25
A Virgin Hyperloop fez ontem (8 de novembro) seu primeiro teste de viagem com passageiros. A experiência, realizada no deserto nos arredores de Las Vegas (EUA), envolve o transporte de pessoas em cápsulas que se movem em alta velocidade dentro de tubos a vácuo.
Sara Luchian, diretora de experiência do cliente da Virgin Hyperloop, e o diretor de tecnologia da empresa, Josh Giegel, foram os participantes do teste. Eles percorreram os 500 metros da pista de teste em 15 segundos, atingindo uma velocidade de 172 km/h. Vale lembrar que o objetivo da Virgin Hyperloop em termos de rapidez é bem mais ambicioso: ela pretende realizar viagens a 1.000 km/h.
Em entrevista à BBC logo após o evento, Sara Luchian definiu a viagem como “estimulante psicológica e fisicamente”, Segundo ela, a jornada foi tranquila e “nada parecida com uma montanha-russa”, embora a aceleração tenha sido mais “veloz” do que seria com uma pista mais longa. A velocidade deles foi prejudicada pelo comprimento da pista e pela aceleração necessária, observou. Ela acrescentou que nenhum dos dois passageiros sentiu mal-estar com a experiência.
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Embora tenha sido a primeira empresa a testar essa concepção de transporte com passageiros, a Virgin Hyperloop não é a única no setor. O conceito se baseia em uma proposta de 2012 do magnata Elon Musk, fundador da Tesla. Capaz de transportar passageiros entre Los Angeles e San Francisco em 45 minutos, ela foi considerada como “ficção científica” por alguns críticos.
Dificuldades transpostas
A proposta se inspira nos trens de levitação magnética (maglev) mais rápidos do mundo, que se tornam ainda mais rápidos ao acelerar dentro de tubos a vácuo. A velocidade máxima atingida por um maglev foi de pouco mais de 600 km/h, no Japão, em 2015.
Sediada em Los Angeles, a Virgin Hyperloop nasceu dois anos depois de Musk lançar a ideia e recebeu investimentos do Virgin Group, do bilionário Richard Branson, em 2017. Antes da sua denominação atual, ela era conhecida como Hyperloop One e Virgin Hyperloop One.
A empresa, que pretende construir cápsulas com capacidade de 28 passageiros, tem estudos relacionados a esse tipo de transporte em diversos países. Um dos projetos envolveria uma conexão entre Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Pelo atual meio de transporte público usado, a viagem entre as duas cidades leva mais de uma hora. Pelo hyperloop, demoraria 12 minutos.
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Os críticos do conceito salientam apontaram que os hyperloops demandariam não apenas um complicado trabalho de aprovação dos projetos junto às autoridades locais, mas também a construção de uma grande rede de tubos para as viagens. À BBC, Luchian reconheceu essas dificuldades, mas mostrou disposição para superá-las: “É claro que há muita infraestrutura a ser construída, mas acho que mitigamos muitos riscos, algo que as pessoas não pensavam ser possível”, disse.
Ela prosseguiu: “A infraestrutura é um foco muito importante para tantas pessoas no governo. Sabemos que as pessoas estão procurando soluções. Elas estão procurando o transporte do futuro. Podemos continuar construindo sistemas de transporte de hoje ou de ontem e sempre encontrar os mesmos problemas que eles trazem ou podemos realmente procurar construir algo que resolva esses problemas”.