01/08/2007 - 0:00
A rigorosa metodologia criada por Ian Stevenson para investigar a reencarnação é, por enquanto, a melhor maneira de abordar o assunto sob um prisma científico. Os detalhes dos casos selecionados sempre impressionam as mentes mais arejadas. Conheça a seguir alguns deles.
– O cingalês Sujith começou a falar sobre uma vida anterior em 1971, com menos de 2 anos de idade. Disse que se chamava Sammy, fora ferroviário e vendedor de aguardente em Gorakana, a cerca de dez quilômetros de onde o menino morava. Segundo ele, certo dia, depois de uma bebedeira, Sammy brigou com a sua esposa, Maggie, saiu para andar e morreu atropelado por um caminhão.
A mãe de Sujith não deu importância à história, e ninguém da família conhecia Gorakana. Mas o caso chegou a um monge budista de um templo próximo, que foi conversar com o menino. O monge extraiu 16 pontos do relato que poderiam ser verificados e confirmou quase todos. Descobriu que um Sammy Fernando vivera em Gorakana até seis meses antes de Sujith nascer. Sammy tivera as profissões citadas pelo garoto, fora casado com Maggie e morrera atropelado por um caminhão.
Stevenson foi ao Sri Lanka entrevistar os envolvidos no caso e conseguiu confirmar 59 afirmações de Sujith sobre sua vida anterior. O pesquisador notou no menino características marcantes de Sammy, como o gosto pelo canto, a propensão à violência física, uma imensa generosidade e um precoce interesse por cigarros e álcool.
– Ravi Shankar, um garoto indiano (sem parentesco com o famoso citarista), começou a discorrer sobre sua vida passada também por volta dos 2 anos de idade, em 1953. Ele disse que antes morava em um distrito vizinho, descreveu os seus brinquedos (um elefante de madeira, uma pistola, uma bola) e um anel que guardava numa cômoda. Contou que o pai era barbeiro e deu o seu nome. Depois, afirmou que fora assassinado, identificou os criminosos por nome e profissão e forneceu detalhes da morte: esfaqueado enquanto comia goiabas.
Quando o menino fez 4 anos, a sua família foi visitada por um homem que ouvira falar do caso. Ele lhes disse que o seu filho de 6 anos fora assassinado seis meses antes do nascimento de Ravi, nas circunstâncias descritas pelo garoto. Stevenson foi à Índia investigar a história em 1964. Ravi já estava então com 13 anos, mas o pesquisador descobriu que um professor havia anotado os relatos do garoto quando ele tinha 5 anos.
A partir desse material, Stevenson conseguiu confirmar 26 pontos da narrativa de Ravi, como os brinquedos, o anel na cômoda e as goiabas. Ele também notou uma espécie de cicatriz no pescoço do adolescente, semelhante a um antigo ferimento à faca já fechado. Quando criança, Ravi tinha pavor de facas e lâminas e ficava com medo de visitar a região onde o outro menino fora morto.
– Jimmy Svenson, um garoto do Alasca, dizia ser o irmão falecido de sua mãe. Além de reconhecer o lugar onde havia morado (a 160 quilômetros de sua residência na vida atual), ele se lembrava de diversos fatos de sua suposta vida anterior, incluindo a maneira como havia morrido – baleado no estômago. Stevenson constatou que o comportamento do menino se assemelhava ao do tio assassinado, e uma marca de nascença de Jimmy combinava exatamente com o local onde o projétil penetrara no corpo do tio.
Ian Stevenson – O caçador de vidas passadas