01/11/2025 - 8:42
País colocou Forças Armadas em “alerta geral” e convocou suas tropas de volta aos quartéis, em meio à crescente tensão regional. Medida gerou pânico entre moradores da capital do país caribenho.Trinidad e Tobago colocou suas Forças Armadas em “alerta geral” e convocou suas tropas de volta aos quartéis em meio à crescente crise entre a Venezuela e os Estados Unidos envolvendo o envio de navios de guerra americanos para o Caribe.
Washington enviou oito navios da Marinha dos EUA para o Caribe em agosto como parte de uma operação declarada para combater o narcotráfico. Em seguida, enviou caças F-35 para Porto Rico e agora um grupo de ataque de porta-aviões está a caminho da região.
A Venezuela considera a operação uma “ameaça” de uma “mudança de regime”.
“Alerta máximo: Com efeito imediato, as Forças de Defesa de Trinidad e Tobago (TTDF) estão em NÍVEL DE ALERTA UM. Todos os membros devem se apresentar em suas respectivas bases”, diz a mensagem enviada nesta sexta-feira (31/10) pelas Forças Armadas de Trinidad e Tobago a todos os oficiais. A polícia, por sua vez, cancelou “todas as autorizações de saída”.
Os agentes foram instruídos a se apresentar em suas respectivas bases às 18h (horário local) desta sexta-feira. “A todos é fortemente aconselhado que façam os preparativos necessários com suas famílias e concluam todos os preparativos pessoais para o confinamento”, acrescentou o texto.
“Precaução”
Oficiais de alta patente realizaram reuniões a portas fechadas durante várias horas na sexta-feira, enquanto todos os soldados receberam ordens para retornar às suas bases.
Segundo um oficial superior das TTDF, o alerta é uma medida de precaução destinada a garantir a plena prontidão operacional diante da incerteza no cenário de segurança regional.
O alerta provocou pânico em Porto de Espanha, capital do país, onde muitos correram às lojas para comprar alimentos e a postos de gasolina para abastecer.
O governo de Trinidad e Tobago pediu calma, afirmando estar “em contato ativo com a Embaixada dos Estados Unidos da América em Porto de Espanha”.
“De acordo com as informações recebidas, não há motivo para preocupação da população. Portanto, todos os cidadãos são instados a manter a calma”, declarou o governo de Trinidad e Tobago em um comunicado à imprensa.
Ataques?
Os Estados Unidos lançaram uma campanha de ataques no início de setembro contra embarcações supostamente envolvidas no tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico Leste, que deixou pelo menos 62 mortos e destruiu 14 navios e um semissubmersível.
O envio de tropas americanas ocorreu pouco depois de Washington acusar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de chefiar cartéis de drogas.
Maduro rejeita as acusações e afirma que os Estados Unidos buscam uma mudança de regime para se apropriar das riquezas da Venezuela.
Nesta semana, a Venezuela denunciou uma “provocação militar” após Trinidad e Tobago receber a visita do navio de guerra USS Gravely, entre domingo e quinta-feira, para exercícios conjuntos com os Estados Unidos.
Em seu ponto mais próximo, Trinidad e Tobago fica a 11 quilômetros da Venezuela.
Contudo, o presidente Donald Trump declarou na sexta-feira que não planeja nenhum ataque contra a Venezuela.
“Não”, respondeu Trump quando um repórter a bordo do Air Force One o questionou sobre notícias de que estaria considerando uma ofensiva contra a Venezuela. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, transmitiu a mesma mensagem em resposta a um artigo do jornal Miami Herald afirmando que as forças de Washington estavam prontas para atacar o país sul-americano.
“Suas ‘fontes’, que alegam ter ‘conhecimento da situação’, os induziram ao erro, levando-os a escrever uma notícia falsa”, afirmou Rubio em uma publicação no X.
Duas semanas atrás, Trump disse ter autorizado operações clandestinas da CIA em território venezuelano e mencionou que estava considerando possíveis ataques terrestres contra cartéis de drogas.
md (EFE, AFP)
