13/11/2025 - 6:42
Após acordo no Congresso, governo americano volta a funcionar depois de 43 dias de paralisação. Democratas e republicanos brigaram por semanas sobre subsídios para a saúde.O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump , sancionou nesta quarta-feira (12/11) uma proposta de lei orçamentária que põe fim ao mais longo shutdown do país, que paralisou por 43 dias as atividades administrativas do governo,
Aprovado horas antes pelo Congresso, o acordo cria um orçamento provisório até 30 de janeiro. O Legislativo tem até esta data para aprovar novas verbas de longo prazo, se quiser evitar uma nova suspensão administrativa.
A assinatura de Trump é considerada uma formalidade, uma vez que o projeto já havia passado nas duas Casas do Parlamento. O pacote também cria mecanismos para evitar parte dos efeitos provocados pela recente suspensão recorde das atividades.
A medida que a Câmara dos Representantes aprovou nesta quarta-feira, antes da sanção de Trump, inclui um pacote de gastos que financiaria o governo até janeiro, assim como três projetos de lei de gastos separados para cobrir programas relacionados com agricultura, construção militar, veteranos e agências legislativas durante a maior parte de 2026.
A representante democrata por Nova York Alexandria Ocasio-Cortez alegou que o governo Trump agiu com “crueldade” contra o povo americano durante a paralisação ao tentar suspender o financiamento federal completo para os cupons de alimentos dos quais dependem cerca de 42 milhões de pessoas.
Tráfego aéreo de volta
Cerca de 670 mil funcionários federais devem retornar aos seus postos, após quase dois meses sem trabalhar nem receber salários. Outros 730 mil continuaram a trabalhar em funções essenciais e deverão agora ser pagos com atraso.
O transporte aéreo, que foi fortemente afetado, deverá começar a retomar a normalidade. Perante a escassez de controladores, o volume de voos caiu para praticamente 10% nos 40 aeroportos de maior tráfego no país. Desde 07 de novembro, foram milhares de atrasos e cancelamentos.
Estimadas 6 mil demissões pelo governo federal desde o início do shutdown serão revertidas pela nova lei. Reduções de pessoal ficam bloqueadas até janeiro.
“A história nos lembra que as paralisações governamentais nunca mudam o resultado, apenas o custo que o povo americano paga “, disse o legislador republicano Tom Cole, de Oklahoma, contrário à paralisação.
Outros três projetos de lei de gastos separados vão cobrir programas relacionados a agricultura, construção militar, veteranos e agências legislativas durante a maior parte de 2026.
Obamacare em disputa
O caminho para chegar ao acordo foi longo. Republicanos e democratas disputaram o orçamento ao longo de semanas, discordando sobretudo quanto aos gastos de saúde.
A oposição democrata condicionou a aprovação orçamentária à continuidade dos subsídios para o Obamacare, o programa de seguros de saúde acessíveis do agora ex-presidente Barack Obama , que expiram no fim deste ano. Por sua vez, republicanos exigiam primeiro reabrir as atividades do governo para depois negociar os subsídios.
Os republicanos prometem permitir que o Legislativo vote a extensão dos subsídios em seguida à autorização do orçamento provisório.
Trump fala em “extorsão”
A aprovação do orçamento no Senado dependia do apoio de pelo menos sete democratas para chegar a 60 votos favoráveis. Os republicanos têm uma estreita maioria de 53 cadeiras de um total de cem.
No Salão Oval, Trump disse que não permitirá outra “extorsão” em futuras negociações orçamentárias. “O meu governo e nossos parceiros no Congresso continuarão o nosso trabalho para reduzir o custo de vida, restaurar a segurança pública, fazer crescer a nossa economia e tornar os Estados Unidos novamente acessíveis”, afirmou o presidente ao assinar o projeto de lei.
Os Estados Unidos têm recorrido a orçamentos parciais e projetos “omnibus”, que reúnem diversas propostas num único pacote, há décadas. O último projeto de lei orçamentária anual completo foi aprovado pelo Congresso em 1997.
ht/cn (Lusa, dpa, EFE)
