Sob as leis vigentes no bloco europeu, gigantes da internet como Facebook e Google têm a opção de perseguir ou não denúncias de abuso sexual de crianças. Comissária exige mudança, até por que esse crime está em alta.A União Europeia planeja adotar uma legislação para promover mais ação contra o abuso sexual infantil por parte das companhias de tecnologia, anunciou a comissária de Assuntos Internos do bloco, Ylva Johansson, falando ao periódico alemão Welt am Sonntag.

Apenas em 2020, as provedoras de serviços de internet e mídias sociais relataram 22 milhões de delitos do gênero, contra 17 milhões no ano anterior, revelou Johansson.No entanto, essa não passa de uma fração do número real, e cinco companhias foram responsáveis por 99% das denúncias, cabendo 95% apenas à Meta, anteriormente conhecida como Facebook Inc..

“Vou propor uma legislação nos próximos meses que exigirá das companhias detectar, relatar e remover [conteúdos de] abuso sexual infantil. Uma notificação voluntária não bastará mais.” Sobretudo por que esse tipo de crime está em alta.

“Durante a pandemia, quando mais perpetradores estavam em casa, em isolamento, aumentou a demanda de material apresentando abuso de crianças, em alguns Estados-membros da UE em até 25%. Isso, por sua vez, redunda em mais abuso.”

Johansson vê a necessidade de um centro europeu especial para impedir e combater os crimes de pedofilia, que “melhoraria a prevenção, a aplicação das leis e o apoio às vítimas”, e enfatizou a necessidade de cooperação em nível europeu e global no combate aos abusos sexuais.

av (Reuters, KNA)