No Bundestag, presidente ucraniano apela diretamente a Scholz para que ajude a acabar com a guerra na Ucrânia e derrube o que chama de um muro entre a Europa livre e a não livre. Acompanha as últimas notícias.
Zelenski pede que Alemanha derrube muro que divide a Europa
Prefeito de Mariupol classifica bombardeio de teatro de genocídio

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06:50 – Zelenski pede que Alemanha derrube muro que divide a Europa

Três semanas após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, falou na manhã desta quinta-feira (17/03) ao Bundestag, o Parlamento alemão, por videochamada, pedindo mais apoio.

Em referência à queda do Muro de Berlim, Zelenski apelou diretamente ao chanceler federal alemão, Olaf Scholz, para que destrua o que chamou de um muro entre a Europa “livre e não livre”. “Caro senhor chanceler federal Scholz, destrua esse muro. Dê à Alemanha o papel de liderança que ela merece. Apoie a liberdade, apoie a Ucrânia”, disse.

Ele acusou a Alemanha de não ter feito o suficiente para evitar a guerra e ter contribuído para que fosse erguido esse novo muro na Europa, isolando a Ucrânia por meio de negócios com a Rússia e do gasoduto Nord Stream 2, construído para levar gás diretamente da Rússia para a Alemanha.

“É um muro entre liberdade e ausência de liberdade e ele fica maior a cada bomba que cai sobre a Ucrânia, com cada decisão que não é tomada”, afirmou Zelenski.

A Alemanha mudou sua política de não enviar armas a regiões de conflito e mandou equipamentos militares à Ucrânia. No entanto, segue sustentando a posição da Otan de não enviar tropas ao país, o que significaria se envolver diretamente na guerra.

O discurso de Zelenski ao Bundestag é parte de uma série de apelos diretos a líderes mundiais. Antes, o presidente ucraniano já havia discursado ao Congresso dos Estados Unidos e ao Parlamento canadense. (Reuters, DPA, ARD)

06:00 – Prefeito de Mariupol classifica bombardeio de teatro de genocídio

A Ucrânia afirmou nesta quarta-feira (16/04) que a Rússia atacou e destruiu um teatro na cidade portuária sitiada de Mariupol, usado como refúgio por centenas de civis. Segundo o governo local, cerca de mil pessoas estariam abrigadas no teatro. A informação não pôde ser verificada pela DW de forma independente. Ainda não há informações sobre o número de vítimas.

O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, classificou o ocorrido de genocídio. “A única palavra que descreve o que aconteceu hoje é genocídio”, afirmou no Telegram.

O ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, classificou o ocorrido de “mais um crime de guerra horrendo” e disse que era impossível que os russos não soubessem que se tratava se um alvo civil.

Imagens de satélite mostraram que dos dois lados do teatro, no chão, foi escrita em letras grandes a palavra “crianças” em russo, na esperança de que fossem vistas por pilotos russos de artilharia. Vídeos na internet mostram o prédio completamente destruído.

A Rússia negou a autoria do crime e alegou que um regimento nacionalista ucraniano, o Batalhão Azov, estaria por trás do ataque. (DW, ARD)

05:50 – No 21º dia de guerra, Biden anuncia mais armas para a Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira (16/04) que o presidente russo, Vladimir Putin, é “um criminoso de guerra” pela invasão de seu país à Ucrânia, e anunciou mais 800 milhões de dólares em assistência à segurança ucraniana.

O novo pacote inclui o envio de 800 sistemas portáteis de mísseis antiaéreos Stinger, 100 lançadores de granadas e 20 milhões de munições para armas de pequeno porte e um número não especificado de drones. “Vamos dar à Ucrânia armas para lutar e se defenderam nos dias difíceis que tem pela frente”, afirmou Biden.

O anúncio foi feito após o discurso de seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, ao Congresso dos EUA, por transmissão em vídeo, a partir de Kiev. Zelenski voltou a pedir uma zona de exclusão aérea na Ucrânia.

Fazendo um paralelo com tragédias históricas vividas pelos EUA, afirmou que seu país enfrenta hoje todos os dias, o que os americanos experimentaram no 11 de Setembro e no ataque a Pearl Harbor. “Peço para que vocês façam mais”, apelou.

Apesar dos apelos de Zelensky, os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) descartaram a possibilidade de enviar uma missão de paz à Ucrânia ou implementar uma zona de exclusão aérea sobre o território ucraniano. Por outro lado, o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, anunciou planos de reforçar a presença de forças da Otan nos países-membros do Leste Europeu.

Confira um resumo dos acontecimentos desta quarta-feira, o 21º dia de guerra.