Racismo e discurso na América Latina

Em parceria com a Editora Contexto, a Unesco acaba de lançar o livro Racismo e Discurso na América Latina, do sociólogo Teun A. van Dijk. Na América Latina, há muitos séculos observa-se um forte racismo contra os povos indígenas e os afrodescendentes, ainda que freqüentemente negado por aqueles que o cometem, ou seja, os povos de origem européia. Comparando com o racismo mais explícito, violento e legalizado em países como os Estados Unidos, as formas diárias de racismo na América Latina foram sempre consideradas pelos grupos dominantes relativamente benevolentes. Muitos estudiosos estiveram – e ainda estão – mais interessados em parentesco, folclore ou outros aspectos da cultura das comunidades afrodescendentes e indígenas em vez das práticas racistas cotidianas dos grupos dominantes. Em nossos países, as pessoas aprendem a ser racistas com seus pais, seus pares (que também aprendem com seus pais), na escola, com a comunicação de massa, do mesmo modo que com a observação diária e a interação das sociedades multiétnicas. Em outras palavras, a maior parte dos membros dos grupos dominantes aprende a ser racista devido às formas de texto e de fala numa ampla variedade de eventos comunicativos. O discurso racista embutido e disfarçado na prática social brasileira e de outros países do nosso continente é o tema central desse importante livro.

Sustentabilidade do centro antigo de Salvador

A Unesco e o Estado da Bahia assinaram em 22 de abril, em Salvador, um projeto de cooperação técnica para a elaboração de um plano de sustentabilidade do centro antigo da capital baiana. O documento, assinado pelo representante da organização no Brasil, Vincent Defourny, pelo governador do Estado, Jacques Wagner, e pelo secretário de Cultura, Márcio Meirelles, tem vigência de dois anos. Segundo Defourny, o acordo objetiva a valorização permanente do acervo material e imaterial que qualificou a região como Patrimônio da Humanidade. “Pretendemos contribuir para orquestrar as ações, programas e planos para a região, numa perspectiva de sua reintegração à cidade como local de morar, de trabalhar, de usufruir a cultura e o lazer.” Patrimônio desde 1985, o centro antigo abriga alguns dos pontos mais tradicionais de Salvador, como o Pelourinho.

Bibliotecas públicas em pontos de ônibus

“O projeto das bibliotecas públicas em pontos de ônibus traz importantes lições, sobretudo em um país como o Brasil, que tem baixos índices de leitura”, afirmou Jurema Machado, coordenadora do Setor de Cultura da Unesco no Brasil, em cerimônia de entrega dos livros doados pela Organização e por outras cinco agências das Nações Unidas, no dia 24 de abril, em Brasília. “Além de permitir o acesso ao livro”, ela observou, “a iniciativa é importante do ponto de vista da atitude, do gesto, do comportamento ético, da possibilidade da oferta e troca de livros em um espaço público, sem pedir nada em troca. Trata-se de uma idéia exemplar que tem o reconhecimento da Unesco”.

Niemeyer projetará reitoria da Unila

O arquiteto Oscar Niemeyer, um dos grandes ícones da arquitetura contemporânea, assinará o projeto da reitoria da futura Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que terá sede em Foz do Iguaçu, no Paraná. O campus universitário será construído em uma área de 40 hectares que será futuramente doada à União pela hidrelétrica Itaipu Binacional.

Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, Niemeyer mostrou-se entusiasmado com o projeto. “Ele disse que esse seria um presente dele ao Brasil e à América Latina.”

Brasil no programa Educação para Todos

Um estudo da Unesco mostra que o Brasil está entre os 53 países que ainda não atingiram nem estão perto de atingir os objetivos do programa Educação para Todos até 2015, prazo acordado por vários países na Conferência Mundial de Educação em Dacar, Senegal, em 2000.

Entre os desafios enfrentados pelo País estão as grandes desigualdades educacionais registradas no estudo, que acaba de ser apresentado ao Ministério da Educação, ao Conselho Nacional de Secretarios de Educação e à União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, em Brasília, como contribuição para o esforço brasileiro por uma educação de qualidade.

Como forma de acompanhar o avanço dos países no cumprimento das metas, a Unesco elabora, a cada ano, o Relatório de Monitoramento Global EPT com dados dos diferentes países. Este ano, o escritório da Unesco no Brasil produziu um relatório específico com informações sobre o País e examina as desigualdades educacionais existentes, mencionando quem são e onde estão os excluídos da educação brasileira.

O Relatório de Monitoramento EFA Brasil 2008 traz dados comparativos do desempenho do Brasil entre 1999 (um ano antes do compromisso de EPT) e 2006 (estatísticas educacionais mais recentes). As desigualdades estão nitidamente registradas, em relação tanto às regiões geográficas (especialmente entre Norte-Nordeste e Sul-Sudeste) como à situação econômica dos alunos, às zonas urbanas e rurais e à cor branca e negra.

Segundo o estudo, as desigualdades educacionais são mais evidentes quando analisadas por segmentos de renda: “Entre os jovens mais pobres, 25% estão na escola, ou seja, metade da taxa apresentada pelos jovens mais ricos. Contudo, menos de 1% encontra-se no ensino superior, taxa que para os mais ricos é de 40,4%”.

Embora também sejam muito acentuadas as desigualdades devidas à cor, no acesso na idade correta ao ensino médio e superior, observou-se alguma melhora entre 1999 e 2006, sendo reduzida em 20,9 pontos percentuais a distância que separa a taxa dos brancos da alcançada pelos negros.

Para saber mais, leia : http:// www.unesco.org.br/noticias/releases/ relatorioeptbrasil2008/ mostra_documento.

Projetos de prevenção em paradas GLBT

O Ministério da Saúde, em parceria com a Unesco, financiará 53 projetos durante as ações de visibilidade do orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros). A verba será destinada a organizações da sociedade civil que realizam atividades de prevenção às DST/Aids, de promoção à saúde e de defesa dos Direitos Humanos.

Após seleção anunciada em edital, foram aprovados 25 projetos no Nordeste, dez no Sudeste, sete no Sul, seis no Norte e cinco no Centro- Oeste. Cada um receberá até R$ 20 mil para executar as ações. Foram selecionados projetos que visam combater as vulnerabilidades a que a população GLBT tem sido historicamente exposta.

A iniciativa também pretende despertar o interesse dos gestores locais e da população em geral para essa temática. O financiamento reforça o compromisso do Programa Nacional de DST e Aids em ampliar o combate à violência contra GLBT e a promoção dos direitos humanos e da visibilidade do segmento.

Rádio ONU ganha novo acesso na internet

A Rádio ONU tem, a partir de agora, atalhos para notícias produzidas em português disponíveis no provedor de acesso à internet UOL. O conteúdo pode ser acessado em “Últimas Notícias”, espaço onde o provedor transmite informações relacionadas ao funcionamento da Organização das Nações Unidas para uma audiência de 36 milhões de ouvintes em todo o mundo.

Ao clicar no link de uma reportagem, o internauta tem acesso a um breve resumo do assunto com opção para ouvir ou ler a notícia completa no site oficial da emissora. Segundo a chefe da Rádio ONU em português, Monica Villela Grayley, a iniciativa atende ao crescimento do interesse de internautas lusófonos do Brasil, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor- Leste por notícias produzidas pelo veículo.

Rádio ONU: http://www.un.org/av/radio/portuguese/

LINKS ÚTEIS

www.unesco.org/photobank/exec/index.htm (Banco de Imagens)

whc.unesco.org (Lista dos sítios do Patrimônio da Humanidade)

www.unesco.org/mab/index.htm (Lista de Reservas da Biosfera)

A Unesco recebe imagens do Patrimônio da Humanidade e reservas de biosfera de todos os países do mundo

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