20/05/2025 - 20:13
Bloco alivia pressão contra o país, mas mantém veto a exportação de armas, bens e tecnologias que forem usados para alimentar conflitos internos.A União Europeia decidiu suspender as sanções econômicas que aplicava contra a Síria, segundo informou a chefe de política externa do bloco, Kaja Kallas, nesta terça-feira (21/05).
“Hoje, tomamos a decisão de suspender nossas sanções econômicas contra a Síria”, disse Kallas em um post no X. “Queremos ajudar o povo sírio a reconstruir uma Síria nova, inclusiva e pacífica.”
O bloco já havia discutido o levantamento das sanções em fevereiro, para apoiar a recuperação econômica síria após mais de uma década de guerra civil que causou uma destruição generalizada no país.
Entretanto, nem todas as sanções da UE serão suspensas. Indivíduos e organizações com conexões com o regime de Bashar al-Assad, bem como os responsáveis por repressão brutal e violações dos direitos humanos, permanecerão sob sanção.
A UE também manterá suas restrições de exportação de armas, bens e tecnologias que forem usados para alimentar conflitos internos. O bloco ainda “adotará medidas restritivas adicionais contra violadores dos direitos humanos e aqueles que estão alimentando a instabilidade na Síria”, disse o comunicado.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também prometeu levantar as sanções contra a Síria.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Assad al-Shibani, disse em X que a decisão da UE reforçaria a segurança e a estabilidade da Síria.
“O governo sírio está pronto para aumentar os laços de colaboração com empresas e investidores europeus, promovendo um ambiente propício à revitalização econômica e ao desenvolvimento sustentável”, disse o ministério.
Preocupação sobre rumos do novo governo
Apesar do anúncio de terça-feira, ainda existe a preocupação em Bruxelas sobre o novo governo sírio. Os temores foram destacados pelos recentes confrontos entre diferentes grupos domésticos.
Recentemente, disputas religiosas e entre forças do governo e de milícias leais a al-Assad voltaram a eclodir na região costeira do país.
O novo governo é comandado por militantes do grupo islamista Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS), um antigo braço da Al Qaeda considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Turquia.
“Estamos dando uma chance ao regime sírio, mas esperamos uma política inclusiva no país que inclua todos os grupos populacionais e religiosos”, disse o novo Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul.
Até o momento, a UE já aliviou sanções relacionadas à energia, transporte e construção civil, bem como às transações financeiras associadas.
gq (reuters, dpa)