A imagem acima apresenta um planeta recém-formado, com uma massa semelhante a Júpiter, que orbita em torno da estrela HD 169142. A estrela possui um disco em seu redor e, à medida que se desloca, o planeta vai abrindo um espaço circular no disco, como podemos ver na primeira imagem. Mas como esse planeta foi detectado?

Astrônomos observaram o sistema durante vários anos com o instrumento SPHERE montado no Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile. Uma nova reanálise desses dados, liderada por Iain Hammond, da Universidade Monash (Austrália), confirmou a presença desse protoplaneta, que orbita em torno da estrela a uma distância um pouco maior do que a de Netuno em torno do Sol. Os investigadores identificaram igualmente uma trilha em espiral deixada pelo planeta, à medida que ele redistribui parte do material do disco, semelhante à trilha deixada por um barco que se desloca na água.

Crédito: ESO/Hammond et al.

Trilhas em espiral

Um protoplaneta forma-se durante as fases iniciais de um sistema planetário. Vai crescendo à medida que agrupa gás, poeira, rochas e outros materiais que circundam sua estrela hospedeira, limpando o material na sua órbita e criando espaços como o que vemos aqui.

O instrumento SPHERE foi especialmente concebido para observar essas estruturas, bloqueando a luz emitida pela estrela, de modo a aumentar o contraste da imagem, e corrigindo a distorção causada pela turbulência atmosférica, para melhorar a resolução.

Ao estudarem as trilhas em espiral e os espaços criados pelo protoplaneta no disco em torno da estrela HD 169142, os astrônomos conseguem perceber melhor como é que planetas gigantes, como Júpiter, se formam.