14/12/2021 - 11:07
Estudo preliminar de larga escala na África do Sul indica que variante ômicron é mesmo mais contagiosa e resistente a vacinas, e que imunizante da Pfizer protege contra casos graves.Duas doses da vacina da Pfizer-Biontech para a covid-19 oferecem uma proteção de apenas 33% contra uma infecção com a variante ômicron do novo coronavírus, mas de 70% contra hospitalizações, indica um estudo de larga escala divulgado nesta terça-feira (14/12) na África do Sul.
A percentagem de proteção contra hospitalizações é menor do que os 93% de proteção que duas doses da vacina da Pfizer-Biontech oferecem contra a variante delta.
O estudo, o primeiro de larga escala sobre a nova variante e feito na região onde ela foi descoberta, indica que as suposições iniciais de que ela é mais contagiosa e mais resistente às vacinas estavam corretas.
Menos eficaz contra infecções
Foram analisados dados de mais de 211 mil testes positivos de covid-19, dos quais 41% de adultos que haviam recebido duas doses da vacina da Pfizer. Cerca de 78 mil infecções, entre 15 de novembro e 7 de dezembro, foram atribuídas à variante ômicron.
Os resultados mostram que pessoas vacinadas que receberam duas doses da Pfizer tinham 33% de proteção contra infecções com a ômicron, na comparação com pessoas não vacinadas nas primeiras semanas da atual onda de infecções na África do Sul, impulsionada pela ômicron.
Isso representa uma queda significativa dos 80% de proteção contra infecções oferecidos pela vacina na onda anterior, provavelmente por causa das mutações na proteína spike da variante ômicron.
Protege contra casos graves
Mas os resultados também mostram que as pessoas vacinadas com duas doses da Pfizer tinham 70% de proteção contra hospitalizações, uma queda em relação aos 93% oferecidos contra a variante delta.
Mesmo menor, a proteção contra hospitalizações é constante em todas as faixas etárias, com reduções apenas entre pessoas mais idosas: 67% para as pessoas de 60 e 69 anos e 60% para pessoas de 70 a 79.
A proteção também é alcançada com um quadro de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia e outras doenças cardiovasculares.
Dados devem ser vistos com cautela
A análise, a cargo da administradora de planos de saúde privados Discovery Health, da África do Sul, e do Conselho Sul-Africano de Pesquisas Médicas, foi feita por cientistas na África do Sul e em Botsuana nas semanas após a descoberta da ômicron, em novembro. Eles destacaram que se trata de um estudo preliminar.
Estima-se que mais de 70% da população da África do Sul já tenha sido exposta ao novo coronavírus nos últimos 18 meses. Assim, possíveis níveis elevados de anticorpos na população podem estar distorcendo os resultados sobre hospitalizações e severidade da ômicron.
Além disso, os 78 mil casos atribuídos à ômicron não são casos confirmados da nova variante, mas atribuídos a ela. Médicos da África do Sul confirmaram em torno de 550 infecções.
as/ek (AFP, AP, Reuters)