06/02/2023 - 13:02
Crédito: NOAA/Universidade de Michigan
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Neste conjunto de dados preparado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), os continentes (em preto) retratam as massas de terra no momento do impacto, cerca de 66 milhões de anos atrás. As bordas brancas dos países mostram onde as massas de terra estão hoje – movendo-se a aproximadamente 2,5 cm por ano, os continentes estão constantemente à deriva. A animação mostra a amplitude da onda do tsunami 10 minutos após o impacto até 48 horas após o impacto, indicada em horas abaixo da escala. Após as primeiras 48 horas, o tsunami havia diminuído em sua maior parte, exceto perto do ponto de impacto. As cores na animação do tsunami estão associadas às amplitudes das ondas positivas (vermelho) e negativas (azul), destacando como o oceano ondula com níveis de água mais altos e mais baixos nas bacias oceânicas durante um tsunami catastrófico.
Vale observar que, embora os valores numéricos da barra de cores cheguem a +/- 5 metros, as amplitudes das ondas foram muito mais extremas em alguns lugares. Dois minutos e meio após a colisão do asteroide Chicxulub, uma cortina de material ejetado empurrou uma parede de água para fora do local do impacto, formando brevemente uma onda de 4,5 quilômetros de altura que diminuiu quando o material ejetado caiu de volta à Terra. Dez minutos depois que o projétil atingiu o Yucatán, e a 220 quilômetros do ponto de impacto, uma onda de tsunami de 1,5 km de altura – em forma de anel e se propagando para fora – começou a varrer o oceano em todas as direções, de acordo com a simulação feita pela Universidade de Michigan (EUA).
Como a simulação foi feita
Um grupo internacional de pesquisadores de instituições acadêmicas e agências governamentais dos EUA, incluindo o Laboratório Ambiental Marinho e o Laboratório de Dinâmica de Fluidos Geofísicos da NOAA, combinou modelagem numérica e análise de registros geológicos para recriar o impacto global do tsunami gerado pelo asteroide. Esse conjunto de dados apresenta a primeira simulação global do tsunami de impacto do asteroide Chicxulub.
A análise numérica do evento usou três modelos diferentes para reproduzir a geração e propagação do tsunami. Um grande programa de computador que modela detalhes de fluxos de fluidos complexos, chamado hidrocódigo, simulou os primeiros 10 minutos da geração do tsunami, e dois modelos desenvolvidos pela NOAA foram então usados para simular a propagação do tsunami ao redor do oceano global. Além disso, a equipe de pesquisa revisou o registro geológico em mais de 100 locais em todo o mundo e encontrou evidências que apoiam as previsões dos modelos sobre o caminho e a força do tsunami – uma verificação notável do modelo para o megatsunami de 66 milhões de anos atrás.
Este estudo ajuda a avaliar e quantificar o risco de futuros grandes impactos de asteroides. Além disso, a capacidade de reproduzir megaeventos como este é uma validação importante de que os modelos podem ajudar os cientistas a prever impactos globais de tsunamis mais convencionais com os quais a humanidade tem de lidar. Em um estudo futuro, Vasily Titov, da PMEL, planeja modelar a extensão das inundações costeiras causadas por este tsunami, o que informará ainda mais as previsões do impacto do tsunami. Para obter mais informações, consulte o comunicado de imprensa original da Universidade de Michigan, o comunicado da NOAA ou o artigo de pesquisa avançada da União de Geofísica dos Estados Unidos (AGU).
História na cratera
A cratera Chicxulub é uma cratera de impacto enterrada sob a Península de Yucatán, no México. Seu centro fica próximo à comunidade de Chicxulub, que lhe dá o nome. Estima-se que a cratera tenha 180 quilômetros de diâmetro e 20 quilômetros de profundidade. Sua posição mudou de seu local de impacto original há 66 milhões de anos devido ao movimento das placas.
A data do impacto coincide com o limite Cretáceo-Paleogeno (comumente conhecido como o limite K-Pg ou K-T). Agora aceita-se amplamente que a devastação resultante e a perturbação climática foram a causa do evento de extinção Cretáceo-Paleogeno, uma extinção em massa de 75% das espécies vegetais e animais da Terra, incluindo todos os dinossauros não aviários.