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Lançado em novembro de 2016, o Goes-16, novo satélite meteorológico da Administração Oceâ­nica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), começou a enviar imagens dois meses depois, e os resultados superam em nitidez quaisquer outras fotos da Terra feitas do espaço. Orbitando a quase 36 mil quilômetros da superfície do nosso planeta, a sonda consegue captar imagens de alta resolução que permitem observar detalhes com uma clareza nunca obtida antes.

O Goes-16 é o primeiro de quatro novos satélites geoestacionários (Goes é a abreviatura de Geostationary Operational Environmental Satellite) que transmitirão imagens em uma definição mais alta do que era anteriormente possível. O próximo a ser colocado em órbita será o Goes-S, até a primavera de 2018. Os seguintes serão o Goes-T, em 2020, e o Goes-U, em 2024. Além de fazer a varredura da Terra em velocidade cinco vezes maior do que a atingida pelos atuais satélites geoestacionários da Noaa, o Goes-16 oferece resolução quatro vezes maior do que a da linha Goes­ anterior e a cada 30 segundos.

Entre os numerosos avanços tecnológicos que equipam o Goes-16 está o primeiro detector de raios a ser fixado em órbita geoestacionária. Esse aparelho permite mapear os raios entre nuvens e os raios de nuvens para o solo, o que vai facilitar para os meteorologistas a percepção sobre o nível de gravidade das tempestades formadas. Os instrumentos e as informações que o Goes-16 está produzindo ainda estão no período de testes da sonda, que, pelas previsões da Noaa, deverá terminar em novembro de 2017, quando a sonda será declarada operacional. Ainda nessa etapa de verificações, a instituição americana informou em maio o deslocamento do satélite para leste, a 75 graus de longitude oeste, acima da linha do equador. Essa posição possibilitará às câmeras do Goes-16 captar imagens completas dos EUA, ainda a tempo de rastrear as grandes tempestades originárias do litoral noroeste da África que poderão se converter em furacões.

O estudo mais detalhado dos furacões do Atlântico Norte é uma das grandes expectativas em relação aos trabalhos desempenhados pelo satélite, mas os meteorologistas sul-americanos também têm razões para satisfação com o novo posicionamento do Goes-16: ele vai proporcionar imagens mais frequentes e detalhadas de toda esta parte das Américas. Não há dúvidas de que as imagens obtidas são bonitas de olhar, mas sua importância não se resume à estética: elas podem até mesmo salvar vidas, na medida em que aprimoram consideravelmente o fluxo de informações utilizado pelos meteorologistas em seus estudos.

“As imagens de alta resolução do Goes-16 fornecerão visões mais nítidas e mais detalhadas sobre os sistemas climáticos perigosos e revelarão recursos que os instrumentos anteriores podem ter perdido”, disse Louis W. Uccellini, diretor da Noaa, por ocasião da divulgação das primeiras fotos enviadas pelo satélite, em janeiro deste ano. “Como resultado, os meteorologistas podem emitir relatórios e alertas mais precisos, oportunos e confiáveis e fornecer informações melhores aos responsáveis por emergências e outros tomadores de decisão”.