Uma pesquisa publicada em maio deste ano no Microbiome da BMC Biology revela a identificação de vírus gigantes em geleiras da Groenlândia. Apesar de parecer uma descoberta nada agradável, o estudo concluiu que tais microrganismos podem auxiliar na contenção do aquecimento global.

Vírus gigantes podem ser até 1.500 vezes maiores do que os de tamanho médio. Os microrganismos identificados na pesquisa são responsáveis por infectar algas microscópicas que estão causando um derretimento mais rápido das geleiras. As informações são do Live Science e do Daily Mail.

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Os seres identificados estão presentes em geleiras e trechos de neve da Groenlândia. Foi a primeira vez que tais vírus foram identificados no país. Os microrganismos foram encontrados em áreas que contêm a presença de algas microscópicas, o que sugere uma relação entre os dois.

As algas são responsáveis por acelerar o derretimento das geleiras por escurecerem parte das áreas congeladas, fazendo com que haja uma maior absorção de luz no local em que florescem.

Pesquisadores coletaram partes do gelo mais escuro, neve vermelha e buracos causados pelo derretimento em diferentes áreas da Groenlândia entre 2019 e 2020. Posteriormente, o DNA das amostras foi analisado e uma sequência de genes que apontam a presença de vírus gigantes identificada.

“Tanto no gelo escuro e na neve vermelha nós achamos rastros de vírus gigantes ativos. É a primeira vez que eles foram identificados na superfície de gelo e neve que contém algas pigmentadas em abundância”, afirmou Laura Perini, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca.

O ecossistema que apresenta algas e vírus também contém bactérias, fungos e protistas. Por isso, ainda serão conduzidos mais estudos para detectar exatamente quem está sendo infectado pelos microrganismos identificados.