Mel do Himalaia 

Colher mel no Himalaia nepalês não é fácil. A 3.500 metros de altitude, os apicultores se dependuram em cordas e se protegem com fumaça para alcançar colmeias nas encostas das montanhas. O uso de agrotóxicos em plantações e o aquecimento global estão induzindo as abelhas a fazer colmeias ainda mais alto, a 4.100 metros de altitude. Segundo o pesquisador Uma Partap, do Centro internacional
de desenvolvimento integrado da Montanha, grupo que luta pela preservação dos ecossistemas no Himalaia, a mudança climática é o principal complicador, por afetar a disponibilidade de néctar e pólen para os insetos. O grupo pretende combater o problema com a criação do Centro de Excelência de Abelhas Asiáticas e Polinização, em Katmandu (capital do Nepal), que terá a missão de proteger as espécies silvestres asiáticas e encorajar a coleta sustentável de mel.

Cápsula antitsunami

O tsunami de 2004 no Oceano Índico, que matou 230 mil pessoas, inspirou engenheiros britânicos e americanos e experts nesse fenômeno a criar, em 2010, a Cápsula de Sobrevivência. O tsunami de
2011, no Japão, ajudou a acelerar o desenvolvimento do projeto. A cápsula consiste basicamente de uma esfera de metal com fl utuação garantida por seu baixo centro de gravidade(acima), equipada
com assentos, tanques de ar e espaço para bagagens (abaixo). Uma camada externa de alumínio, similar à de aviões, protege os ocupantes de impactos e alagamentos. O isolamento de cerâmica impede que incêndios sobreaqueçam o interior do artefato. “Você pula para dentro, se prende e espera a onda”, resume Julian  Sharpe, presidente da Survival Capsule llC. Há cinco versões, que comportam de duas a dez
pessoas. O modelo básico custa US$ 18 mil. Para quem quiser mais conforto, os opcionais incluem banheiro e aquecimento solar. 

 

Insônia espacial

A privação do sono afeta a maioria dos astronautas, informa um estudo de dez anos da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard publicado na revista The Lancet. Em média, eles dormem seis horas por noite no espaço, bem menos do que as 8,5 horas indicadas pela Nasa, a agência espacial americana. Quando estão no solo, a conta não muda muito: ganham apenas meia hora ao sono. Mais de 75% dos astronautas usam pílulas para dormir, o que preocupa os cientistas: “A habilidade de um membro da equipe em ter um desempenho ótimo se acordado por um alarme de emergência pode ser posta em risco pelo uso de remédios promotores do sono”, afirma Laura Berger, líder do estudo.

Preto bem preto

A empresa britânica Surrey NanoSystems produziu o material mais negro já conhecido, que só não absorve 0,035% da luz visível. Composto por nanotubos de carbono (cada um dos quais é 10 mil
vezes mais fino do que um fio de cabelo), o Vantablack causa tamanha estranheza ao olho humano que este perde a referência de formas e contornos. Usado num vestido Chanel, por exemplo, ele deixa a
impressão de que a cabeça e os membros flutuam em meio a um buraco com forma de vestido. Já em telescópios, câmeras e sistemas de escaneamento por infravermelho, o material ajuda a aumentar sua
eficiência. A Surrey NanoSystems também menciona usos militares, que ela ainda não pode detalhar.

Suez 2.0

O comércio marítimo, que estimulou o Panamá a criar um novo canal em 2006, anima o Egito a ampliar Suez. O canal existente, com 161 km de extensão ligando a Ásia à Europa, é de mão única e cheio de engarrafamentos. Em agosto, o presidente Abdel Fatah al-Sisi anunciou um plano para construir um canal paralelo ao atual, com 72 km de comprimento, que permitirá aos navios viajar em mão dupla por quase a metade do trajeto. Mohab Mamish, presidente da Autoridade do Canal de Suez, afirma que a obra estará pronta em 2015, mas especialistas duvidam. Os US$ 4 bilhões da construção podem ser
bancados por contribuições dos próprios egípcios. Hoje, Suez arrecada US$ 5 bilhões por ano em tarifas. 

Aspirinas ânticâncer

Analgésico, antitérmico e antiinfl amatório efi ciente contra derrames e ataques cardíacos, a aspirina também é capaz de prevenir o câncer. Em estudo publicado na Annals of Oncology, cientistas da Universidade Queen Mary, de Londres, revelam que a ingestão diária de um comprimido do remédio na dosagem mais baixa (75 mg), durante dez anos, reduz a incidência e o número de mortes e cânceres de intestino, estômago, esôfago, próstata, pulmão e mama. Segundo os cientistas, o ideal é ingerir o remédio entre 50 e 65 anos de idade, por cinco e no máximo dez anos. Mas, como tomar aspirina diariamente pode produzir efeitos colaterais (como sangramento no estômago e no cérebro), urge consultar médicos para avaliar a conveniência do tratamento. Confi ra, abaixo, os tipos de câncer afetados pela aspirina.

Água marciana

Pesquisadores da Universidade de Michigan afi rmam que pode haver água em Marte durante a primavera e o verão. Para tanto, são necessárias uma “elevação” da temperatura (de -73°C) e a presença de um tipo de sal já descoberto em 2013 no solo marciano. Nessas condições, pequenas quantidades de água líquida podem se formar, por duas horas apenas. O estudo foi feito em câmaras especiais que simulam o ambiente marciano. Apesar do frio, “basta uma gotícula de água para uma bactéria se agarrar a ela e sobreviver”, diz Nilton Renno, líder do estudo.

Hinos nacionais modernizados

A Sociedade Suíça para o Bem Público quer substituir o hino do país, O Salmo Suíço, composto em 1841 por um monge, por algo mais vibrante e sintonizado com a sua atual realidade. A proposta ganhou força no jogo da Copa do Mundo entre Suíça e França. Enquanto os gauleses cantavam A Marselhesa a plenos pulmões, os suíços mal murmuravam o seu hino. Para estimular a troca, a entidade está promovendo uma competição aberta na qual mais de 200 compositores já se inscreveram. Mudanças desse tipo não têm sido tão raras assim. Confi ra a seguir algumas delas.

Balas inteligentes 

A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos Estados Unidos (Darpa, na sigla em inglês) segue incansável no objetivo de ganhar tecnologicamente as guerras para os EUA. A mais recente novidade é o programa Extreme Accuracy Tasked Ordenance (Exacto), que ajuda os atiradores a acertar seus alvos mesmo que os tiros saiam tortos. O sistema consiste de uma bala manobrável e um sensor óptico que rastreia o projétil em tempo real e o direciona para o alvo. O Exacto também corrige a rota de balas desviadas por fatores como chuva, rajadas de ventos fortes e tempestades de areia. Em um vídeo postado no seu portal, a Darpa mostra o teste de um rifl e equipado com o sistema em ação. Todos os tiros chegaram ao alvo, mesmo os que nitidamente não iriam atingi-lo.