07/05/2015 - 16:25
Múmia na estátua
Cientistas alemães descobriram algo surpreendente dentro de uma estátua de Buda chinesa com mais de 800 anos: os restos mumificados de um monge. Submetida a tomografias computadorizadas em dezembro, a múmia, datada entre 900 e 1000, é de um homem com idade entre 30 e 50 anos. Ela provavelmente foi mantida em um mosteiro por 200 anos antes de ser coberta de papel e esmaltada para tornar-se uma estátua. Segundo os pesquisadores, o monge passou por uma automumificação, processo no qual a pessoa é queimada viva dentro de uma câmara enquanto medita. Nada igual foi estudado na Europa antes, disse Wilfried Rosendahl, líder do German-Mummy-Project nos Museus Reiss-Engelhorn, de Mannheim (Alemanha). A peça atualmente está exposta no Museu de História Natural de Budapeste.
A estátua (à esq.) e a múmia do monge dentro dela (dir.): obra de arte incomum
Oceano em Marte
Marte teve, em algum momento, um oceano tão grande quanto o Ártico, afirmam cientistas da Nasa em estudo publicado em março na revista Science. O oceano provavelmente ocupava 50% do hemisfério norte marciano (19% da superfície total do planeta) e tinha uma profundidade máxima de 1.600 metros. Analisando a atmosfera marciana, os pesquisadores concluíram que 87% da água existente no planeta se perdeu no espaço. “Nosso estudo estima que havia uma alta concentração de água em Marte, ao determinar as quantidades perdidas no espaço”, explica Gerónimo Villanueva, pesquisador no Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa e um dos autores do trabalho.
As águas do oceano ocuparam 50% do hemisfério norte do planeta.
Culpado errado pela peste
Segundo cientistas noruegueses, a peste bubônica que devastou a Europa medieval teve pouca relação com os ratos-pretos, antes considerados responsáveis pela epidemia. A doença teria se espalhado por variações climáticas na Ásia, que propiciavam explosões populacionais periódicas de roedores nativos, como marmotas e gerbilos-grandes da China, ambos portadores da bactéria Yersinia pestis, que causa a doença. Quando esses animais morriam devido ao clima desfavorável, suas pulgas migravam para comerciantes e camelos que faziam a Rota da Seda, e de lá chegavam a portos europeus, entre o século XIV e o XIX. Comparando registros climáticos da Europa e da Ásia a epidemias de pragas na Europa, os cientistas encontraram relação apenas com as variações climáticas na Ásia.
milhões de anos é a idade dos fósseis de membros do gênero Homo e ncontrados na Etiópia, os mais antigos já descobertos, segundo cientistas americanos e etíopes. Em seu estudo, publicado em março na revista Science, eles afirmam que os ossos indicam que a divisão do gênero Homo ocorreu quase meio milhão de anos antes do que se imaginava.
bilhões de dólares deverá ser a perda da Califórnia com a seca em 2015, US$ 800 milhões a mais do que em 2014, preveem pesquisadores americanos. O cálculo considera vários fatores, como a redução das reservas aquíferas em áreas agrícolas e o aumento no consumo de águas subterrâneas, que pode deixar fazendas desabastecidas durante o cultivo.
quadras andou Sissy, uma cadela schnauzer miniatura, após fugir de sua casa, até o salão de entrada do hospital onde sua dona, Nancy Frank, recuperava-se de uma cirurgia de câncer, em Cedar Rapids, Iowa (EUA), em fevereiro. A segurança do hospital permitiu que a cachorrinha subisse ao quarto de Nancy para visitá-la.
bilhões de vezes a massa do Sol tem o buraco negro SDSS J0100+2802, formado 900 milhões de anos após o Big Bang e situado a 12,8 bilhões de anos-luz da Terra. Descoberto por um grupo internacional de cientistas, ele está no centro de um quasar (fonte de radiação galáctica poderosíssima) e sua existência desafia as atuais teorias sobre esses corpos.
é o corte na emissão de gases-estufa prometido pela Suíça até 2030. O pequeno país europeu foi o primeiro do mundo a anunciar seu compromisso em relação a um acordo sobre a mudança climática patrocinado pela ONU, que deverá ser concluído em Paris no fim do ano. A Suíça responde hoje por 0,1% das emissões globais de gases-estufa.
Retrato da luz
Sabe-se que a luz se comporta como onda e partícula, mas até recentemente ninguém havia conseguido mostrar as duas coisas simultaneamente. Em março, cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, resolveram o problema. A equipe, liderada por Fabrizio Carbone, expôs um nanofio metálico a um pulso de laser. A luz viajou no nanofio para cima e para baixo, gerando duas ondas que colidiram entre si. Um microscópio ultrarrápido fotografou esse momento, e a imagem obtida mostra “ondas estacionárias” formadas por incontáveis fótons, as partículas luminosas. Publicada na revista Nature Communications em março, a pesquisa permite avanços na forma como a luz atua em escalas infinitesimais e poderá ser bastante útil na elaboração de computadores quânticos.
Hotel dos robôs
Um parque temático japonês vai inaugurar em julho um hotel futurista conduzido por uma equipe composta majoritariamente por robôs. O empreendimento, denominado Henn-Na Hotel (Hotel Estranho), terá na portaria três robôs com formato humano, que funcionarão como recepcionistas e terão capacidade de conversar com humanos. Outros aparelhos cuidarão da limpeza e de outros serviços de manutenção. A meta, segundo Hideo Sawada, presidente da empresa dona do parque, a Huis Ten Bosch, é ter mais de 90% dos serviços do hotel executados por robôs. Outra novidade é o uso de uma tecnologia de reconhecimento facial em substituição às chaves dos quartos. Os preços dos apartamentos deverão variar entre US$ 60 e US$ 119 – uma ninharia em termos japoneses.
Motor impresso
Cientistas da Universidade Monash (Austrália) anunciaram em fevereiro a produção dos primeiros motores em impressoras 3D, um feito que deverá revolucionar a construção de aviões. Liderados por Xinhua Wu, diretor do centro de manufatura cumulativa da universidade, os pesquisadores levaram um ano para fazer duas cópias de um velho motor com turbina a gás da fabricante francesa Safran. As partes do motor foram produzidas com impressoras que espalham uma camada finíssima de pó metálico sobre uma chapa de apoio. Os formatos desejados para as diferentes peças eram dados por um laser, que usava um programa de computador para desenhar os contornos, num processo de repetições sucessivas. Indústrias como Airbus e Boeing estão interessadas na invenção, que pode representar tempos de execução e custos menores, além de peças mais leves.
Dentes poderosos
O título de material natural mais resistente conhecido já não é mais da seda tecida pelas aranhas. O novo campeão são os dentes das docoglossas, um tipo de concha comum nos litorais de todo o mundo. Pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Reino Unido) descobriram que esses dentes possuem um material duro denominado goethita, formado conforme a concha vai crescendo. Esses moluscos usam os dentes para raspar as superfícies das pedras e remover delas as algas, seu alimento, enquanto a maré está baixa. Para os cientistas, as estruturas fibrosas da goethita podem ser replicadas para aproveitamento em veículos do futuro, como carros, barcos e aviões. O estudo foi publicado em fevereiro na revista Interface, da Royal Society.
A morte que vem do céu
No país onde mais caem raios no mundo, o estado de São Paulo é que mais acumulou mortes por esse motivo em 2014. De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dos 98 óbitos ocorridos no país por descargas atmosféricas no ano passado – um caso a menos do que em 2013 –, 17 ocorreram em terras paulistas, seguidas por Maranhão (16) e Piauí (7). A capital paulista foi o município que registrou mais mortes no ano (cinco), e o vice-líder também fica no estado: Praia Grande, com quatro vítimas. Desde o ano 2000, quando o Elat começou a compilar e analisar esses números, São Paulo e sua capital também foram o estado e o município onde ocorreram mais mortes por raios no país: 288 e 25, respectivamente. Confira a seguir mais dados sobre o tema.
Rota da Seda ferroviária
Ao chegar a Madri, em fevereiro, um trem de carga da linha Yixin’ou concluiu a primeira etapa do mais longo trajeto ferroviário do mundo: cerca de 26 mil quilômetros de trilhos ligando a cidade de Yiwu, no leste da China, à Espanha. Em sua viagem de ida, iniciada em novembro, o comboio de 82 vagões levou mercadorias baratas, e está voltando com uma carga de azeite de oliva e outros produtos espanhóis.
O trajeto passa também por terras do Cazaquistão, da Belarus, da Polônia, da Alemanha e da França. A rota ferroviária China-Espanha baixa na Europa os preços de mercadorias antes levadas por mar ou aviões. Confira a seguir mais dados sobre essa versão contemporânea da Rota da Seda.
Tubarão alien
Tubarões são em geral assustadores e o raro tubarão-duende (Mitsukurina owstoni) não foge à regra, mas isso não ocorre por um porte ameaçador. Essa espécie, que vive entre 300 e 900 metros de profundidade nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, é famosa pela feiúra, que lhe valeu o apelido “alienígena das profundezas”. Um exemplar desse animal, um jovem com 1,26 metro de comprimento, foi capturado na costa sudeste da Austrália e apresentado em março pelo Museu Australiano. O tubarão-duende tem nariz achatado, corpo rosado e flácido e dentes em forma de pregos; na idade adulta, pode chegar a quatro metros de comprimento. Seu focinho proeminente contém eletrorreceptores que sentem campos elétricos na água e o ajudam a caçar alimentos, como peixes ou polvos. Quando ele encontra um alvo, prende-o com seus dentes pontiagudos.
Saudável vinho tinto
Cientistas americanos descobriram mais duas vantagens para quem toma vinho tinto ou suco de uvas escuras: em pessoas acima do peso, o consumo dessas bebidas melhora a queima de gorduras e estimula as funções do fígado. Uma substância encontrada nas uvas escuras, o ácido elágico, reduz drasticamente o crescimento das células de gordura existentes e a formação de novas, além de incrementar o metabolismo dos ácidos graxos nas células do fígado. Entre outros benefícios para a saúde, o consumo moderado de vinho tinto ajuda a reduzir a perda de memória, fortalece ossos, veias e artérias e combate a acne. O estudo foi publicado em janeiro na revista Journal of Nutritional Biochemistry.