02/07/2015 - 17:21
Pôr do sol azulado em Marte
Em 15 de abril deste ano, a sonda Curiosity, da Nasa, fez o primeiro registro em cores do Sol se pondo em Marte, a partir de sua posição na Cratera Gale. A poeira presente na atmosfera marciana possui partículas finas que permitem à luz azul penetrar no ar de modo mais eficiente do que cores com maiores comprimentos de onda, como vermelho ou amarelo. Isso faz com que, entre as cores da luz solar, o azul fique mais próximo da parte do céu ocupada pela estrela, enquanto o amarelo e o vermelho ficam mais dispersos. O efeito é mais pronunciado no pôr do sol, quando a luz solar percorre um trajeto na atmosfera maior do que ao meio-dia.
Relógios proibidos
O Exército chinês não quer que nenhum de seus 1,6 milhão de membros use relógios inteligentes como o recentemente lançado Apple Watch. Segundo um jornal militar do país, esses aparelhos representam uma séria ameaça à segurança, por serem rastreáveis nos momentos em que são usados para gravar vídeos e áudios com alta definição, bater fotos e processar e transmitir informações. O alerta foi dado depois que um recruta baseado no leste da China ganhou um desses relógios da namorada e levou-o para tirar fotos dos colegas. Um oficial impediu o rapaz de fazer isso e levou o caso a instâncias superiores. Resultado: tais aparelhos podem prejudicar a segurança e as ações militares, e, portanto, seu uso não é permitido. A decisão não é oficial – nem o Ministério da Defesa da China, nem a Apple comentaram o caso –, mas membros do Exército, sob condição de anonimato, confirmaram a proibição.
acidentes de menor importância ocorreram com os carros sem motorista do Google nos seis anos em que o projeto está ativo, nenhum deles por culpa do veículo. As colisões nos mais de 2,7 milhões de quilômetros percorridos nesse período, foram causadas em geral por motoristas que não pararam no sinal fechado e resultaram em danos leves na traseira.
Elo perdido
Pesquisadores europeus descobriram no Atlântico Norte, entre a Groenlândia e a Noruega, organismos intermediários entre os procariontes (células simples, sem núcleo, como as bactérias e as arqueias) e os eucariontes (células que têm núcleo e mecanismos de funcionamento mais complexos, como as dos vegetais e seres humanos). Localizados num campo de fontes hidrotermais chamado “Castelo de Loki”, a mais de 2,3 quilômetros de profundidade, esses seres, denominados Lokiarchaeota (uma referência ao deus escandinavo Loki), têm características de arqueias, mas produzem proteínas típicas de células eucariontes e compartilham com estas um número significativo de genes. “Esses genes teriam equipado o Lokiarchaeota com um ‘kit de iniciante’ genômico para dar suporte ao desenvolvimento da complexidade celular”, afirma o microbiólogo evolutivo Lionel Guy, da Universidade de Uppsala (Suécia).
Um campo de fontes hidrotermais no Atlântico Norte abriga os organismos
Minimonges budistas
Na Coreia do Sul, onde 20% da população é budista, o estímulo para seguir a religião vem desde cedo. Na cerimônia “Crianças Tornando-se Monges Budistas”, realizada anualmente em maio no templo Jogye (fundado há cerca de 1.200 anos), em Seul, os meninos têm sua cabeça raspada e permanecem depois no local por duas semanas, assistindo a aulas sobre “como viver de acordo com os ensinamentos de Buda”. O evento precede as comemorações do aniversário de Buda, celebrado este ano em 25 de maio.
Com a cabeça raspada, os meninos são iniciados nos ensinamentos de Buda
Falsas múmias
Muitas múmias de animais feitas no Antigo Egito eram uma fraude, afirmam cientistas da Universidade de Manchester (Reino Unido). Ao submeterem a exames de raios X e tomografias computadorizadas mais de 800 múmias, que variavam de gatos a crocodilos, eles descobriram que, em cerca de um terço, havia no interior apenas lama, paus, penas, cascas de ovo e outros materiais. Outro terço levava alguns pedaços do animal representado, e o restante era composto de animais completos. Os pesquisadores sabiam que algumas múmias não tinham esqueletos completos, mas os números revelados surpreenderam. “Provavelmente, o que havia dentro delas não importava”, afirma a egiptologista Lidija McKnight, uma das participantes do estudo. “Era mais importante o que elas representavam.”
A múmia de gato (esq.), quando submetida ao raio X (dir.), revelou ter apenas restos do animal.
Mar de lixo eletrônico
Mais um preocupante recorde foi batido em 2014, anunciou a Universidade das Nações Unidas (UNU): segundo o seu estudo The Global E-waste Monitor 2014: Quantities, Flows and Resources, divulgado em abril, 41,8 milhões de toneladas de lixo eletrônico foram descartadas no mundo, 2 milhões a mais do que em 2013. O volume equivale ao de 1,15 milhões de caminhões pesados enfileirados, numa extensão de 23 mil quilômetros. Dois terços do volume total do descarte foi de eletrodomésticos, como refrigeradores e lava-roupas. Embora houvesse muita coisa aproveitável ali, outros resíduos representavam riscos ambientais, como 2,2 milhões de toneladas de compostos de chumbo, mercúrio, cádmio e cromo e 4,4 toneladas de clorofluorcarbonetos (CFCs), gases prejudiciais à camada de ozônio. Conheça a seguir outros números desse problema contemporâneo.
Coalizão em busca de aliens
Procurar vida em outros planetas é um trabalho complexo, e para aumentar sua eficiência foi montado um projeto com especialistas em ciências da terra de vários países: o Nexus for Exoplanet System Science (NExSS). Liderada pela Nasa, a iniciativa vai se dedicar sobretudo aos exoplanetas cujas condições para a vida se assemelham às da Terra. Os participantes estudarão a interação da biologia com a atmosfera, a geologia e os oceanos a fim de perceber variantes possíveis para o surgimento da vida, mesmo que microbiana. Eles desenvolverão ainda instrumentos para flagrar de modo mais rápido e preciso se um planeta possui condições e evidências de vida. O NexSS dedicará atenção especial às três próximas missões de telescópios espaciais para observação e descoberta de exoplanetas: o Transiting Exoplanet Survey Satellite (Tess), com lançamento previsto para 2017, o James Webb, a ser lançado um ano depois, e o Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST), programado para os anos 2020.
Peso menor com a poluição
Uma ocasião especial – a Olimpíada de 2008 em Pequim e a drástica queda, durante aquele período, da emissão de gases-estufa na região da capital chinesa, por ordem do governo – evidenciou o efeito da poluição do ar no peso dos recém-nascidos. As medidas adotadas reduziram os níveis de poluição entre 18% e 59% naquele verão. A pesquisa levantou a ficha de 83.672 bebês nascidos em Pequim após a competição e verificou que os que estavam no oitavo mês de gestação durante a Olimpíada eram em média 23 gramas mais pesados do que os nascidos no mesmo período do ano em 2007 e 2009. Publicado na revista Environmental Health Perspectives, o estudo reforça a ideia de que a poluição prejudica a saúde ainda antes de nossos pulmões começarem a respirar.
Ascensões e quedas no Nepal
As primeiras imagens do satélite europeu Sentinel-1A após o grande terremoto de abril no Nepal revelaram que algumas das maiores montanhas da Terra, como o Monte Everest, encolheram cerca de 25 milímetros após o fenômeno geológico. Segundo o consórcio de geociências UNAVCO, que analisou os dados, a redução se deve a um relaxamento da crosta terrestre em regiões ao norte da capital nepalesa, Katmandu, depois do sismo. Por outro lado, uma área de mais de 5.700 km2 próxima a Katmandu subiu cerca de 90 centímetros, o que ajuda a explicar a grande destruição ocorrida na capital. Essas movimentações não interferem, no entanto, na elevação contínua da cordilheira do Himalaia, que sobe em média um centímetro por ano devido à colisão entre duas placas tectônicas, a Eurasiana e a Indiana.
Monte Everest: 25 milímetros menor depois do terremoto
Curso anticéticos do clima
Um inesperado sucesso marcou o lançamento de um curso universitário online gratuito que fornece aos alunos um arsenal de argumentos para debater o aquecimento global com aqueles que negam o fenômeno. Oferecido pela Universidade de Queensland (Austrália) em abril, ele atraiu mais de 10 mil candidatos, oriundos de 150 países. O curso, com duração de oito semanas, conta com o apoio de vários dos principais climatologistas do mundo e de figuras proeminentes da ciência, como o naturalista britânico David Attenborough. “Veremos a psicologia, explicaremos a ciência e examinaremos os argumentos errados que distorcem essa ciência”, explica John Cook, responsável pela iniciativa. “Isso equipará o aluno para distinguir a informação da desinformação e responder a mitos complexos com fatos ainda mais complexos.”
bilhão de anos-luz tem um “superburaco” esférico encontrado por cientistas. Segundo o estudo, publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, trata-se da maior estrutura do universo já identificada pela humanidade. Nessa região do espaço há cerca de 20% a menos de matéria do que na média das demais.
km/h foi a velocidade máxima atingida por um trem com a tecnologia maglev (abreviatura em inglês de “levitação magnética) no Japão, em abril. A velocidade superou em 13 km/h o recorde anterior, obtido pela mesma composição menos de uma semana antes (590 km/h).
Esperança para cardíacos
Cientistas do Instituto Weizmann de Ciência, de Israel, e do Instituto Victor Chang, de Sydney (Austrália), descobriram uma forma de estimular células do músculo cardíaco a multiplicar-se, o que poderá ter implicações importantes no tratamento de pessoas que sofrem ataques cardíacos. Ao contrário do que ocorre com as células do sangue, do cabelo e da pele, a divisão celular no coração fica praticamente paralisada logo após o nascimento. Os cientistas descobriram que, estimulando um sistema sinalizador no coração controlado pelo hormônio neuregulina, as células musculares do coração se dividem de forma notável em ratos jovens e adultos, levando o coração a ficar perto da condição pré-ataque. Segundo os cientistas, em até cinco anos será possível saber se a técnica poderá ser aplicada em humanos.
Raios degeneradores
Os raios cósmicos são um dos maiores obstáculos para viagens espaciais tripuladas de longa duração. Um estudo americano divulgado em maio na revista Science Advances revelou que ratos expostos a feixes de partículas de alta energia, similares às presentes nesses raios, tiveram seu sistema nervoso lesionado tal como se vê em doenças neurodegenerativas. Essas lesões causariam desempenho aquém do esperado, déficit de memória e perda de consciência e concentração durante o voo, afirma Charles Limoli, professor de radioterapia da Universidade da Califórnia em Irvine. Tais distúrbios “poderiam afetar atividades críticas para a missão, e a exposição a essas partículas pode ter consequências adversas de longo prazo para a cognição ao longo da vida”, avalia. A Nasa quer resolver o problema antes de enviar uma missão a Marte, nos anos 2030. Antes disso, na próxima década, o programa privado holandês Mars One pretende levar astronautas ao Planeta Vermelho, em viagens só de ida.
Dessalinização barata
Uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em parceria com a empresa indiana Jain Irrigation Systems, venceu em abril um concurso importante nesta era de água escassa. No sistema vencedor do Desal Prize (instituído para “desafiar inovadores ao redor do mundo a criar tecnologias de dessalinização baratas, eficientes energeticamente e sustentáveis ambientalmente”) de 2015, painéis solares carregam um grupo de baterias que movimentam uma máquina de eletrodiálise. Esta remove partículas eletricamente carregadas da água para torná-la potável e a desinfeta por meio de raios ultravioleta. Desenhado para áreas pobres sem ligação à rede elétrica, o invento rendeu US$ 200 mil à equipe.
é o aumento no número de judeus que migraram para Israel no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2014. Nesses meses, 6.499 judeus se mudaram para lá, a maioria da Europa. Ucranianos e russos são os principais responsáveis pelo acréscimo.
dias seguidos suprido apenas por energia renovável foi o recorde batido pela Costa Rica, graças a pesadas chuvas que alimentaram quatro hidrelétricas do país no primeiro trimestre do ano. As energias renováveis respondem por 94% do abastecimento da Costa Rica.
Avião-helicóptero elétrico
A Nasa, agência espacial norte-americana, está testando um avião inovador: o Greased Lightning (em tradução literal, “Relâmpago Engordurado”), um aparelho elétrico de dez motores com asas rotatórias que lhe permitem decolar e aterrissar feito um helicóptero. O veículo não é grande: com envergadura de pouco mais de três metros, ele é visto como um avião não tripulado que eventualmente poderia, numa versão aperfeiçoada, levar entre um e quatro passageiros. Movido a baterias, ele é mais silencioso do que um cortador de grama convencional. A versão atualmente em testes, o GL-10, foi exibida em maio numa conferência sobre aviões não tripulados em Atlanta, nos EUA.
Superbateria doméstica
O empreendedor Elon Musk, fundador da fábrica de carros elétricos Tesla e da indústria aeroespacial SpaceX, pode estar revolucionando o abastecimento doméstico de energia com sua mais recente invenção, a Powerwall. Apresentada em abril, essa bateria recarregável de lítio armazena até 10 quilowatts-horas de energia solar ou da rede (suficientes para manter uma residência acesa na maior parte do dia) para uso posterior. Fabricada pela Tesla em parceria com a empresa especializada em energia solar SolarCity, a Powerwall chegará ao mercado nos próximos meses, ao preço de US$ 3.500. De acordo com o Deutsche Bank, a nova bateria poderá representar um volume de negócios de US$ 4,5 bilhões para a Tesla.
Bateria da Tesla (esq.): revolução tecnológica
Esquisitice jurássica
Descoberto recentemente no Chile, o Chilesaurus diegosuarezi é tão estranho que foi comparado ao ornitorrinco, o mamífero que tem bico de pato e põe ovos. Seus fósseis mostram que ele era um terópode, tal qual gigantes carnívoros como o tiranossauro, mas o bicho tinha bico, dentes no formato de folhas e só comia plantas. Seu crânio e pescoço lembravam os de dinossauros de pescoço comprido, mas suas vértebras lembram as dos terópodes. Ele tinha ainda a pelve de aves e suas patas, com quatro dedos, lhes davam um andar mais inseguro do que o dos demais terópodes, com um dedo a menos. “A anatomia esquelética do chilessauro reúne características de vários grupos de dinossauros, assim como um piso é composto de mosaicos de diferentes formas e cores”, diz o paleontólogo Fernando Novas, do Museu de Ciências Naturais Bernardo Rivadavia, de Buenos Aires.