Blocos reutilizados

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Os megálitos da parte central de Stonehenge demoraram pelo menos três séculos para ser dispostos em sua localização atual

Há alguns anos se sabe que as grandes pedras de arenito cinza-azulado usadas na parte interna do monumento megalítico de Stonehenge vieram das montanhas Preseli, no País de Gales, a cerca de 230 km de distância. Recentemente, arqueólogos encontraram, em dois afloramentos de arenito ao norte das montanhas, recortes que se encaixam, em tamanho e formato, nos blocos de Stonehenge, além de megálitos similares largados e de um “porto” onde as pedras podiam ser embarcadas. A datação do material orgânico deixado pelos extratores, como carvão e cascas de avelãs, revelou que as pedras teriam sido tiradas entre 3400 a.C. e 3200 a.C. Como Stonehenge surgiu em 2900 a.C., Mike Pearson, diretor do projeto e professor de pré-história britânica na University College de Londres, acredita que os blocos teriam sido usados de início em um monumento local, e só após alguns séculos teriam sido “desmontados” e levados para onde estão hoje.

 

Equilíbrio do sexo

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Os casais apaixonados podem pensar que quanto mais praticam sexo, maior sua felicidade, mas a ciência desmente essa correlação. Segundo um estudo baseado em entrevistas com mais de 25 mil americanos, colhidas entre 1989 e 2012, cinco atos sexuais por mês são “suficientes”, e passar disso não altera substancialmente o grau de felicidade sentido. Ao analisar os dados, a equipe liderada por Amy Muise, da Universidade de Toronto em Mississauga (Canadá), concluiu que a relação sexo-felicidade não é linear, mas curvilínea. “Esse é o primeiro estudo a considerar uma associação curvilínea entre sexo e bem-estar – e, assim, o primeiro a considerar os ‘limites’, ou o ‘equilíbrio’, dessa associação”, diz Amy. As descobertas foram publicadas em novembro na revista Social Psychological and Personality Science.

 

Arca de Noé recriada

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Prévia da Arca: construída segundo as instruções da Bíblia

O grupo criacionista Answers in Genesis (Respostas no Gênesis), do estado de Kentucky, nos EUA, está erguendo uma Arca de Noé em tamanho real, que deverá ficar pronta em meados de 2017. Os responsáveis pela obra, orçada em US$ 91,5 milhões, têm como objetivo fazer com que as pessoas “não esqueçam as verdades da Palavra de Deus”. Defensores da ideia de que o universo foi criado por Deus e críticos de teorias científicas como a da evolução das espécies, de Darwin, os criacionistas seguem na construção as dimensões citadas na Bíblia: 150 metros de comprimento, 25 metros de largura e 15 metros de altura. Segundo Ken Ham, presidente do Answers in Genesis, a arca ficará aberta à visitação “por 40 dias e 40 noites” a partir de 7 de julho de 2017, em Williamstown. São esperados 1,6 milhão de visitantes no primeiro ano.

 

Ajuda de fora

Quase 20% do DNA do tardígrado vem de outros seres
Quase 20% do DNA do tardígrado vem de outros seres

Encontrado em todos os recantos da Terra, do leito oceânico ao topo do Himalaia, o tardígrado – um invertebrado com oito patas e comprimento máximo de 1,25 milímetro, também chamado de urso d’água – é tão resistente que consegue sobreviver no espaço exterior. Essa característica incomum atraiu a atenção de pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA), que fizeram o sequenciamento do genoma do bichinho. Os dados coletados levaram a uma descoberta surpreendente: 17,5%, ou quase um sexto do genoma do tardígrado, é composto por DNA de outros seres. A maioria dos tardígrados se alimenta sugando o conteúdo celular de bactérias ou algas.

 

3,7 bilhões de pessoas, o equivalente a 2/3 da população mundial, possuem o vírus da herpes, de acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde publicado em outubro na revista PLOS ONE. As regiões mais afetadas são a África (87% da população) e o Sudeste da Ásia (60%). Estudos anteriores indicam que o vírus chegou ao ser humano via chimpanzés.

 

Na rota da destruição

Fobos: os sulcos já prenunciam o desastre futuro
Fobos: os sulcos já prenunciam o desastre futuro

Ainda vai demorar entre 20 milhões e 40 milhões de anos, mas o destino de Fobos, o maior dos dois satélites de Marte, já é previsível para os cientistas: ele vai se despedaçar, segundo um artigo publicado em novembro na revista Nature Geoscience. Sua órbita, a 6 mil quilômetros da superfície de Marte, faz dele a lua mais próxima de seu planeta no Sistema Solar, e a cada século a gravidade marciana reduz em dois metros essa distância. Os longos e rasos sulcos visíveis na foto já indicam que o satélite possui uma falha estrutural. Quando Fobos se estilhaçar, seus fragmentos deverão formar um anel ao redor do planeta vermelho.

 

Mandíbulas mortais

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Os tiranossauros eram de fato carnívoros temíveis, reforça um estudo da Universidade de Bristol (Inglaterra) publicado em novembro na revista Royal Society Open Science. A pesquisa, feita a partir de modelos virtuais de mandíbulas de tiranossauros comparados com as de aves e crocodilos, revelou que as mandíbulas dos primeiros se abriam em um ângulo de 80°. Dinossauros herbívoros tinham uma abertura bem menor – a do erlicossauro, por exemplo, era de 49°. O ângulo do tiranossauro não representa o recorde, pois um dinossauro bem menor do mesmo grupo, o alossauro, conseguia uma abertura de 92°. Mas a força da sua mordida ficava longe daquela demonstrada pelo mais famoso predador jurássico.

 

Pecuária de laboratório

Hambúrguer artificial: nas lanchonetes em até cinco anos, prometem os pesquisadores
Hambúrguer artificial: nas lanchonetes em até cinco anos, prometem os pesquisadores

Hambúrguer de laboratório é um mercado promissor? Os holandeses Mark Post e Peter Verstrate, da Universidade de Maastrich, pensam que sim, e tanto acreditam nisso que abriram uma empresa dedicada a essa produção, denominada Mosa Meat. Post liderou a equipe que elaborou o primeiro hambúrguer do gênero, em 2013, ao custo de R$ 1,3 milhão. Ele e Verstrate calculam que serão necessários cinco anos para fabricar a iguaria comercialmente, mas antes terão de solucionar dois problemas importantes: tornar o produto mais saboroso e barato.

 

1,1 milhão de mexicanos e suas famílias (incluindo crianças nascidas nos Estados Unidos) deixaram os EUA rumo ao México entre 2009 e 2014, segundo um estudo do Pew Research Center divulgado em novembro. No mesmo período, cerca de 870 mil mexicanos migraram para os EUA. Para o instituto, a migração em massa do México para os EUA “está no fim”.

 

Máquina de emburrecimento

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Assistir à TV por muito tempo prejudica a cognição, afirmam pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco em estudo publicado em dezembro na JAMA Psychiatry Journal. Pior ainda: quanto mais tempo se passa diante do televisor, mais limitada fica a inteligência. Os pesquisadores selecionaram 3.247 pessoas entre 18 e 30 anos, levantaram quanto tempo elas passam vendo TV e testaram sua velocidade de processamento de informações e habilidade verbal. Os resultados revelaram que aqueles que assistiam mais à TV tinham uma tendência duas vezes maior de apresentar limitações mentais. Os pesquisadores destacaram ainda o perigo da combinação ver muita TV e ter pouca atividade física, responsável pelos piores índices obtidos.

 

Terra doente

A erosão é um dos principais fatores da perda de solos agrícolas, segundo o estudo
A erosão é um dos principais fatores da perda de solos agrícolas, segundo o estudo

Um terço dos solos disponíveis para cultivo foi perdido nos últimos 40 anos, afirmam cientistas da Universidade de Sheffield (Inglaterra) que avaliaram estudos dos últimos dez anos sobre o tema. A perda, classificada como “catastrófica” pelos pesquisadores, foi motivada sobretudo por erosão e poluição, causadas pelo uso contínuo da terra para a agricultura e pelo emprego intensivo de fertilizantes. O quadro se agrava enquanto a demanda mundial por comida aumenta. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), até 2050 a produção agrícola terá de aumentar mais 50% em relação ao que é produzido hoje.

 

Solos esgotados

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Barbas e pelos

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Duas publicações italianas – o Calendario Romano do Vaticano, com fotos de padres jovens, e Gatti di Roma, com gatos da Cidade Eterna – deram à jornalista de assuntos religiosos Xenia Loutchenko a ideia para um inusitado sucesso editorial na Rússia. Ela criou um calendário de parede de 2016 em que barbados e felizes sacerdotes da Igreja Ortodoxa aparecem ao lado de seus gatos ou abraçando-os, em belas fotos em preto e branco. Vendido por cerca de US$ 14,30, o Padres e Gatos de 2016 deverá ter sequência: segundo Xenia, ao verem o calendário, outros sacerdotes lhe disseram que também têm gatos e gostariam de posar para fotos.

 

Espera bem-sucedida

Demorou, mas a Akatsuki chegou ao destino
Demorou, mas a Akatsuki chegou ao destino

Lançada em março de 2010, a sonda japonesa Akatsuki deveria ter entrado na órbita de Vênus em 6 de dezembro daquele ano, a fim de estudar a estrutura da atmosfera e da espessa camada de nuvens que cobre o planeta. Uma falha nos motores provocou o fracasso da missão, mas a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial decidiu deixar a nave na órbita solar, à espera de uma nova oportunidade. Ela veio em 7 de dezembro, cinco anos depois da primeira tentativa, e desta vez foi bem-sucedida: a Akatsuki acionou seus motores por 20 minutos e reduziu sua velocidade na medida exata para entrar na órbita venusiana. Espera-se que a sonda colete novas informações sobre o vulcanismo no planeta.

 

Obesidade herdada

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Filhos de pais obesos correm um risco maior de também ficar obesos, devido a variações genéticas contidas nos espermatozoides paternos, indica um estudo da Universidade de Copenhague publicado em dezembro na revista Cell Metabolism. Tais mudanças podem afetar o desenvolvimento do cérebro e o controle do apetite. Essas conclusões ainda dependam de pesquisas mais amplas – uma vez que as informações do espermatozoide são apagadas durante a fertilização, ainda não está clara a importância que isso pode ter para as futuras gerações. De qualquer modo, o trabalho dinamarquês serve de alerta para que pais entrem em forma antes de iniciar uma família.

 

Intruso adaptável

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Um dos indesejados microrganismos transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, o Zika vírus (ZIKV) veio bem preparado para produzir estragos. Um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Institut Pasteur de Dacar, no Senegal, divulgado no site bioRxiv em dezembro, revelou que o ZIKV, na sua jornada da África até a América via Ásia, foi-se adaptando ao organismo humano e ampliando a eficiência de sua reprodução nas células desse hospedeiro. Segundo os cientistas, hoje o ZIKV é tão ou mais eficiente para se reproduzir em humanos do que era em macacos. A versão asiática, presente no Brasil, causou seu primeiro grande surto em 2007, na Micronésia. Entre 2013 e 2014, reapareceu com força na Polinésia Francesa e chegou à América pela Ilha de Páscoa. Em 2015, o ZIKV foi detectado em países da América do Sul e em pelo menos 14 estados brasileiros.

 

Meio ambiente em museu

Pescadores recolhem barco em Ilha Grande, em uma das fotos da mostra
Pescadores recolhem barco em Ilha Grande, em uma das fotos da mostra

Prometido para 2012, o Museu do Meio Ambiente (MuMA), unidade do Ecomuseu Ilha Grande, foi finalmente inaugurado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) em novembro, na Ilha Grande, município de Angra dos Reis (RJ). Instalado no conjunto penitenciário que funcionou no lugar até 1994, quando este foi parcialmente implodido, o Ecomuseu vem desenvolvendo várias ações de pesquisa voltadas à preservação do meio ambiente, a história e à vida sociocultural da região. O MuMA foi aberto com a exposição “Certos Modos de ser Caiçara”, que apresenta elementos do universo das comunidades do litoral sul fluminense. Simultaneamente foi inaugurado o Parque Botânico, com um vasto inventário da rica flora local.

 

Conflito no paraíso

Barbuda prepara-se para receber um megaempreendimento de Robert De Niro e de seu sócio australiano
Barbuda prepara-se para receber um megaempreendimento de Robert De Niro e de seu sócio australiano

O plano do ator americano Robert De Niro e do magnata australiano James Packer de erguer um resort cinco-estrelas em Barbuda (veja reportagem sobre Antígua e Barbuda em PLANETA 514, de outubro de 2015) ganhou um empurrão em novembro, com a aprovação de uma lei que favorece o projeto. Mas as vantagens concedidas – entre as quais uma isenção fiscal de 25 anos em troca do empreendimento, que incluirá chalés “ecológicos” e uma marina para iates, e da construção de um novo aeroporto na ilha – não foram bem recebidas pela oposição local, que acusa o governo de atropelar os direitos dos nativos para fazer o projeto deslanchar. O primeiro-ministro do país, Gaston Browne, rebate alegando que o projeto, orçado em US$ 250 milhões, representará uma inesperada bonança para um país pobre e gerará centenas de empregos.

 

A volta dos lobos

Lobos de volta ao parque revelam a boa saúde da natureza local, afirma porta-voz
Lobos de volta ao parque revelam a boa saúde da natureza local, afirma porta-voz

A presença de lobos no Parque Nacional Kampinos – o segundo maior da Polônia (com 385 km2), situado na região da capital, Varsóvia – pode sanar um crime ambiental cometido há mais de 50 anos. Nos anos 1960, o governo comunista do país ordenou a caça desses animais, por causa do perigo que representariam, e a última alcateia do Kampinos foi abatida em 1964. Raros ou extintos na maior parte da Europa ocidental, os lobos só entraram para a lista polonesa de animais ameaçados nos anos 1990, por pressão de ambientalistas e defensores dos animais. A partir de então, eles foram reintroduzidos em algumas áreas do país, como uma região montanhosa do sudeste. Em setembro, um animal foi visto bebendo água de um poço no Kampinos, e outro, jovem, foi flagrado por uma câmera em novembro. Para Magdalena Kaminska, porta-voz do parque, a volta dos lobos “significa que a natureza está com boa saúde e renovando-se”.

 

1977 seria o ano em que a petroleira americana Exxon (atualmente ExxonMobil) soube pela primeira vez dos riscos da mudança climática. A advertência feita pelos cientistas da empresa, porém, não teve repercussão na conduta da Exxon, que por décadas tem negado com veemência a relação entre combustíveis fósseis e efeito estufa.