11/07/2017 - 17:00
Olhos superpotentes
A Nasa, agência especial americana, divulgou em maio a notícia de que o espelho principal do Telescópio Espacial James Webb já está sendo preparado para seu último teste criogênico antes do lançamento ao espaço, em 2018. Nesta foto, no Centro de Voo Espacial Goddard, em Greenbelt (Maryland), técnicos levantam o espelho principal do telescópio – composto por 18 segmentos hexagonais dourados – com um guindaste para movê-lo para uma sala especial. Mais avançado telescópio espacial já construído, o James Webb está equipado para desvendar alguns dos maiores mistérios do universo, desde a descoberta das primeiras estrelas e galáxias que se formaram após o Big Bang até o estudo das atmosferas dos planetas em torno de outras estrelas.
anos é o tempo de vida útil previsto para o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), o primeiro totalmente controlado pelo governo brasileiro, lançado ao espaço em maio. O aparelho vai ampliar a oferta de banda larga para áreas remotas do Brasil e proporcionará segurança estratégica nas comunicações governamentais e militares.
A força dos palavrões
Ouvir palavrões em momentos de esforço físico não é nada agradável, mas quem os diz conta agora com um “desconto” acadêmico: pronunciar essas palavras aumenta a força despendida. Feita pelo psicólogo Richard Stephens, da Universidade Keele (Reino Unido), a experiência colocou jovens (média entre 19 e 21 anos) em testes de ciclismo e de hand grip (exercício para as mãos que aumenta sua força), nos quais eles deveriam escolher um palavrão e uma palavra neutra (como “madeira” ou “marrom”) para pronunciar. No caso da bicicleta, a pronúncia do palavrão aumentava em média 24 watts o pico de potência das pedaladas. Já nos exercícios de hand grip, o aumento de força dos bocas-sujas foi de 2,1 kg. A descoberta reforça uma pesquisa anterior de Stephens, que indicava que os palavrões aumentam a tolerância à dor.
Ocupação ancestral
A presença humana nas Américas oficialmente teria começado há cerca de 13 mil anos, com a cultura Clovis, no Novo México (EUA), mas sucessivas descobertas têm posto essa teoria em xeque. A descoberta mais recente no setor, porém, remete o início da ocupação do continente pelos hominídeos a um passado muito mais remoto: cerca de 130 mil anos atrás. Essa foi a idade encontrada na datação por urânio de um conjunto de ossos de mastodonte descoberto no sul da Califórnia. Os ossos mostravam sinais de alterações feitas por ferramentas de pedra, muito provavelmente usadas por seres do gênero Homo. Segundo os pesquisadores, de instituições americanas, os ossos foram desenterrados nos anos 1990 na região de San Diego, ao lado de utensílios como martelos e bigornas de pedra. O estudo foi publicado em maio na revista Nature.
Táxi voador
A startup alemã Lilium está desenvolvendo o primeiro táxi capaz de circular pelos ares. Abastecida com recursos de empreendedores como Niklas Zennstrom, cofundador do Skype, a empresa informou no fim de abril que fez testes bem-sucedidos com um pequeno jato de cinco lugares movido a eletricidade. O veículo conseguirá fazer decolagens e pousos verticais, o que o colocará num patamar semelhante ao de helicópteros. Sua autonomia é de 300 km e, quando estiver totalmente desenvolvido, poderá atingir 300 km/h de velocidade máxima. A Lilium ainda não tem data para finalizar o projeto, mas já sabe que enfrentará concorrência: a Airbus quer testar até o fim deste ano um carro voador, e a eslovaca AeroMobil quer lançar um automóvel híbrido (voador e terrestre) em 2020.
Dieta revista
Para enfrentar o impacto ambiental da pecuária, a melhor solução é expandir o consumo de insetos e de imitações de carne, como o tofu (foto), aponta um estudo publicado em maio na revista Global Food Security. O alerta está ligado ao aumento mundial no consumo de carne e à elevação nas emissões de gases-estufa do setor, que já responde por 12% do total. Segundo os pesquisadores, liderados por Peter Alexander, da Universidade de Edimburgo (Escócia), se 50% dos produtos tradicionais de origem animal derem lugar a insetos ou imitação de carne, a área necessária para produzir alimentos poderá encolher 33%. Segundo Alexander, mais de 2 mil espécies de insetos servem de alimento em 119 nações hoje.
Guerra contra a obesidade infantil
Amsterdã, a principal cidade da Holanda, está na vanguarda mundial na luta contra a obesidade infantil, graças a medidas que atingem os mais variados espectros sociais. A iniciativa, que conta com amplo apoio dos políticos, era mais do que necessária: 20% das crianças locais têm sobrepeso. Mas a situação já esteve pior, e a adoção das medidas reduziu, entre 2012 e 2015, o número de crianças obesas e com sobrepeso em cerca de 12%, com quedas mais acentuadas nas faixas socioeconômicas mais baixas. Entre elas estão a promoção da ingestão de água de torneira (que lá, naturalmente, é confiável) e a recusa em envolver-se em eventos patrocinados por empresas de refrigerantes ou de fast food. Confira a seguir algumas das medidas adotadas pela prefeitura local.
1 – Proibir sucos industrializados nas escolas e investir em mais fontes de água ao redor da cidade
2 – Dar aulas de culinária para ensinar variedades saudáveis de pratos étnicos: pizzas com base de brócolis, kebabs com frango magro em vez de carne de porco, substituição de açúcar por mel e tâmaras
3 – Recusar-se a patrocinar qualquer evento cofinanciado por empresas de fast food
4 – Dar atenção especial à criança em seus primeiros mil dias de vida, além de aconselhamento para mulheres grávidas e mães
5 – Estimular cada família a reativar o costume de jantar junta
6 – Dar subsídios para famílias de baixa renda reunir-se e praticar atividades em centros desportivos
Limonada virtual
Pesquisadores de Cingapura descobriram uma forma de transmitir a sensação de um sabor específico a uma pessoa que está apenas tomando água. A ideia é captar o sabor da bebida desejada (no caso do experimento, limonada) por eletrodos e reproduzi-lo em um eletrodo posto na borda do copo com água. Segundo os pesquisadores, do Centro NUS-Keio CUT (parceria entre a Universidade Nacional de Cingapura e a Universidade Keio, do Japão), é possível também estimular sensações de doce e salgado. A expectativa dos pesquisadores é que se chegue ao ponto de utilizar a internet para compartilhar sabores.
Monumento transportado
Se um monumento histórico atrapalha projetos modernos, a opção é removê-los, não importa o custo. Essa ideia explica a decisão do governo turco de levar a tumba de Zeynel Bey, de 1.100 toneladas, para um local a cerca de 2 km do ponto original, no sudeste do país. A mudança, feita em maio, foi motivada pela construção na área de uma hidrelétrica no rio Tigre. Erguida há 550 anos, a tumba removida homenageia o filho de um governante turco morto em uma batalha contra os otomanos há seis séculos. Sua arquitetura é considerada única na Turquia e exemplo da influência centro-asiática na região. O transporte foi feito em uma plataforma sobre rodas, mesmo destino que deverão ter outras oito estruturas históricas da área. Repleta de vilas e sítios históricos, Hasankeyf, região onde estava o monumento, corre o risco de ser inundada com a construção da barragem, mas mesmo assim o governo turco decidiu tocar o projeto em frente.
Lar distante
Em 13 de abril, a sonda Cassini enviou sua última foto da Terra antes de iniciar a etapa final da sua missão – uma série de mergulhos entre Saturno e seus anéis que terminará com a entrada definitiva na atmosfera do planeta. Na imagem, obtida quando a nave estava a 1,4 bilhão de quilômetros da Terra, nosso planeta aparece como um pontinho luminoso entre os anéis. Os cientistas conseguiram identificar a parte do globo voltada para a lente: a parte sul do Oceano Atlântico. Em sua navegação, a Cassini está passando por pedaços dos anéis gelados cujo tamanho varia de partículas menores de que um grão de areia a verdadeiras montanhas.
Carro-drone
A Toyota sonha em ter seu carro voador até os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e para isso está investindo no projeto Cartivator, que desenvolve o veículo de três rodas SkyDrive. Esse aparelho, cuja imagem gerada por computador é reproduzida aqui, deverá usar a tecnologia de drones para pousos e decolagens. Por enquanto, o dinheiro aplicado pela montadora no projeto não é muito: “apenas” US$ 375 mil.
A volta dos lobos
A Dinamarca exterminou sua população de lobos em 1813, mas desde 2012, quando foram avistados alguns machos, há sinais de que esses animais recomeçam a povoar o país. A evidência mais recente é a de que uma jovem loba entrou na Península da Jutlândia (a parte continental da Dinamarca), após uma jornada de cerca de 500 km iniciada na Alemanha. A fêmea poderá dar à luz filhotes ainda este ano ou em 2018, estima Peter Sunde, da Universidade de Aarhus. A novidade reforça a percepção de que os lobos estão voltando a ocupar terras europeias nas quais foram perseguidos durante séculos. Já está confirmada a existência de alcateias na França e na Alemanha, e exemplares isolados foram avistados na Holanda e em Luxemburgo.
Trator sem motorista
Se já existem ônibus e automóveis autônomos, por que não tratores? No fim de abril, a Case IH, do Grupo Fiat Chrysler, apresentou em sua fábrica de Sorocaba (SP) um trator sem motorista que pode ser dirigido remotamente por meio de um tablet. Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case América Latina, declarou na ocasião que o trator, desenvolvido nos último quatro anos, poderá estar à venda até 2022, dependendo de como cada país regulamentará os veículos autônomos. No caso brasileiro, um complicador adicional terá de ser solucionado: a infraestrutura necessária para o funcionamento do trator, como o fácil acesso à tecnologia 3G.
Floresta submersa
O Mar do Caribe invadiu duas vezes partes da Amazônia Ocidental durante o período Mioceno (entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás), afirma uma equipe internacional de cientistas. Para chegarem a essa conclusão em seu estudo, publicado em maio na revista Science Advances, eles analisaram sedimentos da bacia Llanos, no leste da Colômbia, e da bacia do Amazonas/Solimões, no noroeste do Brasil. Entre esses sedimentos havia 933 tipos de microfósseis e 2 macrofósseis – um dente de tubarão (foto) e um camarão mantis. Pelas amostras, as enchentes foram curtas, de 1 milhão de anos. Até hoje se discute sobre a presença de água salgada nessas regiões no passado, por causa da dificuldade de analisar seus terrenos. O estudo ajuda a explicar o desenvolvimento da biodiversidade amazônica e as alterações ocorridas ali nos últimos 20 milhões de anos.
bilhões de reais somam aproximadamente as perdas causadas pela ruptura da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, segundo a resseguradora Terra Brasis. O número considera os custos diretos e indiretos de reparação, reconstituição e reposição dos bens, vidas e áreas degradadas conhecidos. Algumas autoridades estimaram as perdas em mais de R$ 100 bilhões.