19/12/2023 - 8:35
Lava parece fluir para longe de Grindavik, cujos moradores foram previamente retirados em novembro, após vários terremotos indicarem erupção iminente.Um vulcão entrou em erupção na noite desta segunda-feira (18/12) na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia, expelindo lava a mais de cem metros de altura e colocando as autoridades locais em alerta.
A lava parecia fluir para longe da única cidade da região, Grindavik, oferecendo esperança de que ela seria poupada, disseram geólogos e autoridades de resgate nesta terça-feira.
O operador aeroportuário islandês Isavia afirmou não haver qualquer perturbação nas chegadas ou partidas no aeroporto de Keflavik, o principal do país e que fica perto de Grindavik.
A erupção ao sul da capital, Reykjavik, ocorre numa área onde a atividade sísmica foi muito intensa em novembro, adiantou o serviço de meteorologia islandês.
Em 11 de novembro, os habitantes de Grindavik, uma pitoresca cidade pesqueira de 3.400 habitantes, foram retirados por precaução após as centenas de terremotos causados pelo movimento de magma sob a crosta terrestre, precursor de uma erupção vulcânica. Desde então, esses islandeses só podem visitar suas casas em determinados horários do dia.
Os residentes de Grindavik expressaram preocupação ao observarem as chamas cor de laranja subirem diante do céu escuro. Um mês após a retirada, muitos ainda vivem em alojamentos temporários e não esperam poder voltar a viver nas suas casas.
Estabilização
Nesta terça-feira, a erupção vulcânica dava sinais de estar se estabilizando. O Instituto Meteorológico Islandês afirmou que a força da erupção, “que começou há cerca de quatro horas”, parecia estar diminuindo, o que não seria uma indicação sobre a duração, mas de que a erupção está se estabilizando.
O instituto observou que uma tendência semelhante foi observada no início de erupções anteriores na Península de Reykjanes.
Mesmo assim, cientistas disseram não ser possível saber quanto tempo a erupção ainda vai durar.
País de fogo e gelo
Essa península ao sul de Reykjavik foi poupada de erupções durante oito séculos, até março de 2021. Desde então já ocorreram duas, em agosto de 2022 e em julho de 2023, um sinal, para os vulcanologistas, de retomada da atividade vulcânica na região.
A erupção mais significativa dos últimos anos na Islândia aconteceu em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull lançou enormes nuvens de cinza que, durante dias, afetaram o ar e os voos em toda a Europa.
Trinta e dois sistemas vulcânicos são considerados ativos neste país de fogo e gelo, a região mais vulcânica da Europa.
as/bl (Lusa/AP/Reuters)