Um vulcão “misterioso” que entrou em erupção em 1831 e resfriou o clima da Terra foi descoberto por pesquisadores em estudo divulgado no dia 30 de dezembro de 2024 na Pnas (Proceedings of the National Academy of Sciences), a publicação oficial da Academia de Ciências dos EUA.

Segundo a pesquisa, a erupção, que foi uma das mais potentes do século XIX, colocou tanto dióxido de enxofre na atmosfera que as temperaturas médias anuais do hemisfério norte caíram um grau Celsius. O vulcão responsável foi o Zavaritskii, na ilha Simushir, localizada no arquipélago das Curilhas, que atualmente pertence à Rússia, mas já foi disputado entre Moscou e o Japão. As informações são da “CNN Science”.

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Os cientistas fizeram o estudo a partir de análises de camadas de gelo da Groenlândia que datam de 1831 a 1834, identificando a idade dos isótopos de enxofre encontrados na área, grãos de poeira e fragmentos de vidro vulcânico

Conforme a pesquisa, era estipulado pela comunidade científica que um vulcão próximo da Linha do Equador seria o responsável, mas com o uso da geoquímica, datação radioativa e mapas de trajetórias de partículas encontradas na Gorenlândia, foi possível apontar que o responsável seria um vulcão do hemisfério norte.

Quando os resultados foram comparados, os pesquisadores determinaram que o vulcão precisaria estar próximo do Japão e conseguiram encontrar a caldeira Zavaritskii. Segundo os cientistas, as erupções da região no século XIX foram documentadas e é estranho que um evento de tamanha proporção tenha sido perdido nos registros, mas as cinzas do vulcão e as da camada de gelo da Groenlândia eram similares, além de outros dados que batiam.

O último registro de uma erupção do Zavaritskii havia sido em 800 a.C. e o vulcão está em uma ilha remota e inabitada. Após o evento de 1831, as temperaturas mais baixas e secas da Terra causaram problemas climáticos que foram sucedidos por fome generalizada na Índia, Japão e Europa.