26/05/2025 - 15:14
Um estudo publicado na “Paleontology” em 2018 apontou que o Leedsichthys problematicus, que viveu há 165 milhões de anos, poderia navegar a velocidades de até 17 quilômetros por hora. O animal é considerado o maior peixe ósseo conhecido, já que podia chegar aos 16,5 metros de comprimento e pesar até 45 toneladas.
O Leedsichthys problematicus era um peixe ósseo que vivia na Europa e na América do Sul do Período Jurássico. O animal era um filtrador, se alimentava de plâncton, assim como os tubarões-baleia da modernidade.
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Jeff Liston, paleontólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, afirmou ao “National Geographic” em 2013 que alguma mudança no tipo de plâncton disponível na época pode ter permitido que o L. problematicus atingisse tamanhos impressionantes.
Kenshu Shumada, paleontólogo da Universidade DePaul, também sugeriu que a existência de animais de grandes proporções como o L. problematicus indica que organismos pequenos como o plâncton eram abundantes e capazes de suportá-los.
Com base em indicadores nos fósseis do peixe, foi possível apontar que os animais cresciam mais rápido durante o primeiro ou segundo ano de vida. De acordo com os pesquisadores, os jovens L. problematicus precisavam atingir um grande tamanho para não serem predados pelos animais que viviam nos oceanos do Período Jurássico.
Peixes ósseos da modernidade
O maior peixe ósseo moderno já encontrado foi um exemplar de peixe-lua com 2,3 toneladas, enquanto o maior cartilaginoso foi um espécime de tubarão-baleia que pesava 17 vezes mais. A diferença de proporção entre os dois tipos de animais intriga pesquisadores. As informações são da “Science Magazine”.
Uma das hipóteses que explicaria a diferença é de que os peixes ósseos — que representam 95% das espécies de peixe — teriam o crescimento limitado pelo seu metabolismo. Isso porque animais de grande porte geralmente precisam sobreviver com menos oxigênio por grama de tecido.
Por peixes ósseos terem mais necessidades metabólicas que os cartilaginosos, seria simplesmente impossível que eles crescessem muito mais do que o peixe-lua.
Para esclarecer essa dúvida, pesquisadores calcularam os requisitos metabólicos do L. problematicus com dados de peixes ósseos modernos como guia e constataram que o animal pré-histórico poderia navegar a velocidades de 17 quilômetros por hora mantendo os tecidos do seu corpo adequadamente oxigenados.
Os peixes vivos mais velozes provavelmente não nadam a velocidades maiores que 30 quilômetros por hora, portanto, os pesquisadores concluíram que não há razão metabólica para que peixes ósseos gigantes não existam.